APOSTILA
DE METODOLOGIA CIENTÍFICA
Prof. Msc. Japson Gonçalves Santos
Silva
PÃO DE AÇÚCAR/AL
2010
APRESENTAÇÃO
Caro
acadêmico este documento corresponde à disciplina de Metodologia Científica. Ele foi elaborado com o objetivo de
facilitar a aprendizagem e a busca pelo conhecimento, de modo que você possa refletir
discutir e destacar atitudes responsáveis necessárias para a aprendizagem
eficiente, buscando a autonomia intelectual. A leitura deste material proporcionará um
entendimento sobre a redação científica de trabalhos acadêmicos.
Ressalto
que a disciplina de Metodologia Científica é importantíssima para sua vida
acadêmica; os conteúdos apresentados servirão de base para todo o curso e para
sua atuação profissional, portanto é necessário que você dedique tempo para a
leitura do material e realize as atividades sugeridas em sala de aula.
BONS
ESTUDOS!
SUMÁRIO
1. CIÊNCIA E CONHECIMENTO......................................................................... 04
Ciência.............................................................................................................. 05
Métodos científicos.......................................................................................... 08
Pesquisa............................................................................................................ 12
2. ELABORAÇÃO DE
TRABALHOS ACADÊMICOS....................................... 18
O Processo de leitura........................................................................................ 18
Orientações
básicas para elaboração de resumos e resenhas............................ 25
Artigo
Científico............................................................................................... 29
Trabalho
de Conclusão de Curso – TCC.......................................................... 34
3. FORMAS DE
ELABORAR CITAÇÕES E REFERÊNCIAS........................... 38
Citação...................................................................................................... 38
Referências................................................................................................ 40
4.
ESTRUTURA E APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS.
48
Elementos pré-textuais...............................................................................
48
Elementos
textuais..................................................................................... 53
Elementos
pós-textuais.................................................................................
54
5. O PROJETO DE
PESQUISA................................................................................. 58
6. PLANO DE
ENSINO DA DISCIPLINA............................................................... 75
1.
CIÊNCIA
E CONHECIMENTO
Atualmente,
a sociedade vive a chamada era da informação e do conhecimento, resultado da evolução
e acumulação de competência científica e tecnológica. Para chegar até aqui, o
homem, movido pela curiosidade, buscou conhecer o mundo em que vivia.
Conhecimento é a relação entre quem conhece e o que passa a ser conhecido.
Segundo
os metodólogos existem quatro tipos de conhecimento:
a)
Empírico
Conhecimento
prático, popular, vulgar ou de senso comum, construído com base em experiências
subjetivas. É aquele obtido no dia a dia, independentemente de estudos ou
critérios de análise. Foi o primeiro nível de contato do homem com o mundo,
acontecendo através de experiências casuais e de erros e acertos.
É
um conhecimento superficial, onde o indivíduo, por exemplo, sabe que nuvens
escuras é sinal de mau tempo, contudo não tem idéia da dinâmica das massas de
ar, da umidade atmosférica ou de qualquer outro princípio da climatologia.
Enfim, ele não tem a intenção de ser profundo, mas sim, básico.
b)
Filosófico
Compreende
os estudos das relações com todo o universo, baseia-se no uso da razão para
chegar a conclusões ou hipóteses sobre as coisas.
Apesar
da filosofia não ter aplicação direta à realidade, existe uma profunda interdependência
entre ela e os demais níveis de conhecimento. Essa relação deriva do fato que o
conhecimento filosófico conduz à elaboração de princípios universais, que
fundamentam os demais, enquanto se vale das informações empíricas, teológicas ou
científicas para prosseguir na sua evolução.
c)
Teológico
Está
relacionado com a fé e a crença divina, apóia-se em fundamentos sagrados,
portanto, valorativos.
É
o conhecimento relacionado ao misticismo, à fé, ao divino, ou seja, à
existência de um Deus, seja ele o Sol, a Lua, Jesus, Maomé, Buda, ou qualquer
outro que represente uma autoridade suprema.
O
Conhecimento teológico, de forma geral, encontra seu ápice respondendo aquilo
que a ciência não consegue responder, visto que ele é incontestável, já que se
baseia na certeza da existência de um ser supremo (Fé).
d)
Científico
Resulta
de uma investigação metódica e sistemática da realidade, buscando as causas dos
fatos e as leis que os regem. Tem a característica de verificabilidade, isto é,
suas hipóteses podem ser comprovadas. Foco dessa disciplina.
Ao
contrário do empirismo, que fornece um entendimento superficial, o conhecimento
científico busca a explicação profunda do fenômeno e suas inter-relações com o
meio.
Diferentemente
do filosófico, o conhecimento científico procura delimitar o objeto alvo, buscando
o rigor da exatidão, que pode ser temporária, porém comprovada. Deve ser
provado com clareza e precisão, levando à elaboração de leis universalmente
válidas para todos os fenômenos da mesma natureza. Ainda assim, ele está sempre
sob júdice, podendo ser revisado ou reformulado a qualquer tempo, desde que se
possa provar sua ineficácia.
1.1
CIÊNCIA
Pode-se
afirmar que ciência é um conjunto de informações sistematicamente organizadas e
comprovadamente verdadeiras a respeito de um determinado tema. Contudo existem muitas maneiras de pensar, de
organizar e de comprovar os estudos, dependendo do caminho que se segue (método).
Os
objetivos da ciência podem ser apresentados como a melhoria da qualidade de
vida intelectual e vida material. Para o alcance dos objetivos, são necessárias
novas descobertas e novos produtos.
Para
Galliano (1979, p.16), ciência “é o
conhecimento racional, sistemático, exato e verificável da realidade”. Por sua
vez Koche (1997) afirma que, o que leva o homem a produzir ciência é a busca
por respostas dos problemas que levem a compreensão de si e do mundo em que ele
vive. Portanto, pode-se dizer que o motivo básico da ciência é a curiosidade
intelectual e a necessidade que o homem tem de compreender-se e o mundo em que
vive.
Dessa
maneira, o papel das ciências é:
- Aumentar e
melhorar o conhecimento da realidade,
- Descobrir
novos fatos e fenômenos,
- Explicar os
fenômenos misteriosos e falsos milagres.
·
Agora
que você finalizou o estudo dessas duas seções responda a seguinte
auto-avaliação 1:
1. Classifique
as situações seguintes como senso comum (SC) ou conhecimento científico (CC):
(CC) Para a
elaboração de trabalhos acadêmicos, utilizamos as normas definidas pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas.
(SC) Segundo os
ditos populares, não podemos comer uva e melancia ao mesmo tempo, porque isso
causa dor de estômago.
(CC) Angino-Rub
ungüento é um composto de cânfora e mentol + associações e é indicado ao alívio
de tosse e ação descongestionante.
(CC) O leite de
soja sem lactose é um alimento com proteína isolada de soja e é indicado para
quem não pode beber leite de vaca.
(SC) A melhor
coisa para quando a criança está agitada é o benzimento; com isso,
imediatamente, ela se acalma.
- Todo
conhecimento científico é verdadeiro e definitivo. Argumente sua resposta. ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3. Correlacione
as afirmações sobre os tipos de conhecimento com as situações apresentadas para
eles:
a)
Empírico
b)
Científico
c)
Filosófico
d) Teológico
(B) Gelatina diet (sem adição de açúcar) contendo
três vitaminas e dois sais minerais, é indicada para quem necessita fazer
tratamento de ingestão controlada de açúcar;
(C) O homem
poderá ser produzido em série, em tubos de ensaio;
(A) Benzer cura
dor de cabeça, mas tem de ser antes do pôr do sol;
(D) Jesus Cristo
morreu na cruz para nos salvar dos pecados.
1.2
MÉTODOS CIENTÍFICOS
O
conhecimento científico passou por várias etapas sempre questionando a maneira
de obtenção do saber, ou seja, o Método. De origem grega, a palavra método,
segundo Ruiz (1996), significa o conjunto de etapas e processos a serem
vencidos ordenadamente na investigação dos fatos ou na procura da verdade.
O
método não é único e nem uma receita infalível para o cientista obter a verdade
dos fatos. Ele apenas tem a intenção de facilitar o planejamento, investigação,
experimentação e conclusão de um determinado trabalho científico.
Devido
a seu caráter individual, cada método se presta com maior ou menor eficiência a
um tipo de pesquisa ou ciência.
Então,
método científico é o conjunto de processos ou operações mentais que se deve
empregar na investigação. É a linha de raciocínio adotada no processo de
pesquisa. Os principais métodos de abordagem que fornecem as bases lógicas à
investigação são: dedutivo, indutivo, hipotético-dedutivo e dialético (GIL,
1999).
1.2.1 Método dedutivo
Este
método foi proposto pelos racionalistas Descartes, Spinoza e Leibniz, pressupõem
que só a razão é capaz de levar ao conhecimento verdadeiro.
O
raciocínio dedutivo tem o objetivo de explicar o conteúdo das premissas que,
quando verdadeiras, levarão inevitavelmente a conclusões verdadeiras, visto
que, por intermédio de uma cadeia de raciocínio em ordem descendente, de
análise do geral para o particular, chega-se a uma conclusão. Ou seja, a
resposta já estava dentro da pergunta.
Essa
forma de raciocínio é chamada silogismo, construção lógica que a partir de duas
premissas, retira uma terceira logicamente decorrente das duas primeiras,
denominada de conclusão (GIL, 1999; LAKATOS; MARCONI, 1993). Veja um clássico
exemplo de raciocínio dedutivo:
Todo homem é
mortal (premissa maior)
Pedro é homem (premissa menor)
Logo, Pedro é mortal.
(conclusão)
Podem-se
definir duas características básicas do método dedutivo, segundo Salmon
(1978):
Se todas as
premissas são verdadeiras, a conclusão é verdadeira.
|
Toda a
informação ou conteúdo da conclusão já estava implicitamente nas premissas.
|
1.2.2 Método indutivo
A
indução já existia desde Sócrates, entretanto seus expoentes modernos são os
empiristas, Bacon, Hobbes, Locke e Hume. Considera que o conhecimento é
fundamentado na experiência, não se levando em conta princípios
preestabelecidos.
Assim
como no método dedutivo, na indução o raciocínio é fundamentado em premissas,
contudo, diferentemente do anterior, premissas verdadeiras levam a conclusões
provavelmente verdadeiras.
No
raciocínio indutivo, a generalização deriva de observações de casos da realidade
concreta.
Pode-se,
segundo Lakatos e Marconi (2000), determinar três etapas fundamentais para toda
a indução:
a) Observação dos fenômenos;
b) Descoberta da relação entre eles e;
c) Generalização da relação.
Veja um clássico
exemplo de raciocínio indutivo:
a) Antônio é mortal.
a) João é mortal.
a) Paulo é mortal.
...
a) Carlos é mortal.
b) Ora, Antônio, João, Paulo, E Carlos
são homens.
c) Logo, (todos) os homens são
mortais.
Define-se
assim, duas características básicas do método indutivo segundo Salmon
(1978):
Se todas as
premissas são verdadeiras, a conclusão é provavelmente verdadeira.
|
A conclusão
encerra informações que não estavam nas premissas.
|
1.2.3 Método hipotético-dedutivo
O
método Hipotético-Dedutivo confronta as duas escolas anteriores, ou seja,
racionalismo versus empirismo no que diz respeito à maneira de se obter
conhecimento.
Ambos
buscam o mesmo objetivo, mas enquanto os racionalistas apóiam-se na razão e intuição
concebida aos homens, os empiristas partem da experiência dos sentidos, a
verdade da natureza.
São
inúmeras as críticas aos dois métodos, partindo inclusive de seus próprios
defensores, contudo, foi a partir de Sir Karl Raymund Popper que foram lançadas
as bases do método hipotético-dedutivo.
Segundo
Popper (1975) o método hipotético-dedutivo é o único realmente científico, por
não se basear em especulações, mas sim na tentativa de eliminação de
erros.
Luciano
(2001, p. 18) afirma que:
[...] quando os
conhecimentos disponíveis sobre determinado assunto são insuficientes para a
explicação de um fenômeno, surge o problema. Para tentar explicar as
dificuldades expressas no problema, são formuladas conjecturas ou hipóteses. Das hipóteses formuladas, deduzem-se
conseqüências que deverão ser testadas ou falseadas. Falsear significa tornar
falsas as conseqüências deduzidas das hipóteses.
Consiste
na adoção da seguinte linha de raciocínio:
“[...]
em 1937, [...] sugeri que toda discussão científica partisse de um problema (P1), ao qual se oferece uma
espécie de solução provisória, uma teoria-tentativa
(TT), passando-se depois a criticar a solução, com vista à eliminação do erro (EE) [...]” (POPPER, 1975, p. 140, grifo
nosso).
P1 - - - - - - - - - - - - - - TT
- - - - - - - - - - - - - - EE - - - - - - - - - - - - P2.
Lakatos
e Marconi (2000, p. 74) expõem o esquema apresentado por Popper da seguinte
forma:
Conhecimento
Prévio
|
Problema
|
Conjecturas
|
Falseamento
|
1.2.4 Método dialético
Desde
a Grécia antiga, o conceito de Dialética sofreu muitas alterações, absorvendo
as concepções de vários pensadores daquela época.
Tem-se
o conceito de eterna mudança, instituído por Heráclito (540-480a.C.) e paralelamente,
a essência imutável do ser instituído por Parmênides que valoriza a Metafísica
em detrimento da Dialética.
Posteriormente,
Aristóteles re-introduz princípios dialéticos nas explicações dominadas pela Metafísica,
porém esta permanece norteando as discussões sobre o conhecimento até o Renascimento.
No
Renascimento, o pensamento dialético entra em evidência, atingindo seu apogeu
com Hegel, que através dos progressos científicos e sociais impulsionados pela
Revolução Francesa, compreende que no universo nada está isolado, tudo é movimento
e mudança e tudo depende de tudo, retornando assim, às idéias de
Heráclito.
Hegel
por ser um idealista, propõe uma visão particular de movimento e mudança,
considerando que as mudanças do espírito é que provocam as da matéria. Segundo
Lakatos e Marconi (2000, p. 82) existe primeiramente o espírito que descobre o
universo, pois esta é a idéia materializada.
A
atual fase da dialética está apoiada nos ensinamentos de Marx e Engels,
denominada dialética materialista que, assim como na fase anterior, considera
que o universo e o pensamento estão em eterna mudança, mas é a matéria que
modifica as idéias e não o contrário.
Assim
se pode afirmar que a Dialética é um método de interpretação dinâmica e
totalizante da realidade da qual se pode extrair quatro regras principais:
1.3
PESQUISA
Segundo
Köche (1997, p. 121) pesquisar significa identificar uma dúvida que necessite
ser esclarecida, construir e executar o processo que apresenta a solução desta,
quando não há teorias que a expliquem ou quando as teorias que existem não
estão aptas para fazê-lo.
Portanto,
pesquisar é descobrir, e assim sendo, é um fato natural a todos os
indivíduos.
Ruiz
(1996, p. 48) considera que pesquisa científica é a realização completa de uma
investigação, desenvolvida e redigida de acordo com as normas de metodologia
consagradas pela ciência.
Para
que uma pesquisa seja considerada científica, ela deve seguir uma metodologia
que compreenda uma seqüência de etapas logicamente encadeadas, de forma que possa
ser repetida obtendo-se os mesmos resultados. Dessa maneira, os dados obtidos
contribuirão para a ampliação do conhecimento já acumulado, bem como para a sua
reformulação ou criação. Sem pesquisa não há progresso!
1.3.1 Classificações da
pesquisa
Existem
várias formas de classificar as pesquisas. As formas clássicas de classificação
serão apresentadas a seguir, conforme Gil (1991):
a)
Do ponto de vista da sua natureza pode ser:
Pesquisa Básica:
objetiva gerar conhecimentos novos, úteis para o avanço da ciência sem
aplicação prática prevista. Envolve verdades e interesses universais.
Pesquisa Aplicada:
objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática dirigidos à solução de
problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais.
b)
Do ponto de vista da forma de abordagem do problema pode ser:
Pesquisa Quantitativa:
considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números
opiniões e informações para classificá-los e analisá-los. Requer o uso de
recursos e de técnicas estatísticas (percentagem, média, moda, mediana, desvio padrão,
coeficiente de correlação, análise de regressão, etc...).
Pesquisa Qualitativa:
considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é,
um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito
que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a
atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa. Não
requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte
direta para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento chave. É
descritiva. Os pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente. O
processo e seu significado são os focos principais de abordagem.
c)
Do ponto de vista de seus objetivos pode ser:
Pesquisa Exploratória:
visa proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo
explícito ou a construir hipóteses. Envolve levantamento bibliográfico;
entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema
pesquisado; análise de exemplos que estimulem a compreensão. Assume, em geral,
as formas de Pesquisas Bibliográficas e Estudos de Caso.
Pesquisa Descritiva:
visa descrever as características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento
de relações entre variáveis. Requer o uso de técnicas padronizadas de coleta de
dados: questionário e observação sistemática. Assume, em geral, a forma de
Levantamento.
Pesquisa Explicativa:
visa identificar os fatores que determinam ou contribuem para a ocorrência dos
fenômenos. Aprofunda o conhecimento da realidade porque explica a razão, o
porquê das coisas. Quando realizada nas ciências
naturais requer o uso do método experimental e nas ciências sociais, o uso do
método observacional. Assume, em geral, as formas de Pesquisa Experimental e
Pesquisa Ex-post-facto.
d)
Do ponto de vista dos procedimentos técnicos pode ser:
Pesquisa Bibliográfica:
utiliza material já publicado, constituído basicamente de livros, artigos de periódicos
e atualmente com informações disponibilizadas na Internet. Quase todos os estudos fazem uso do levantamento
bibliográfico e algumas pesquisas são desenvolvidas exclusivamente por fontes
bibliográficas. Sua principal vantagem é possibilitar ao investigador a
cobertura de uma gama de acontecimentos muito mais ampla do que aquela que poderia
pesquisar diretamente. (GIL, 1999). A técnica bibliográfica visa encontrar as
fontes primárias e secundárias e os materiais científicos e tecnológicos
necessários para a realização do trabalho científico ou técnico-científico.
Realizada em bibliotecas públicas, faculdades, universidades e, atualmente, nos
acervos que fazem parte de catálogo coletivo e das bibliotecas virtuais.
(OLIVEIRA, 2002).
Pesquisa Documental:
quando elaborada a partir de materiais que não receberam tratamento analítico,
documentos de primeira mão, como documentos oficiais, reportagens de jornal,
cartas, contratos, diários, filmes, fotografias, gravações etc., ou ainda
documentos de segunda mão, que de alguma forma já foram analisados, tais como:
relatórios de pesquisa, relatórios de empresas, tabelas estatísticas, etc.
(GIL, 1999); e os localizados no interior de órgãos públicos ou privados, como:
manuais, relatórios, balancetes e outros.
Levantamento:
envolve a interrogação direta de pessoas cujo comportamento se deseja conhecerem
acerca do problema estudado para, em seguida, mediante análise quantitativa, chegar
às conclusões correspondentes aos dados coletados. O levantamento feito com
informações de todos os integrantes do universo da pesquisa origina um censo.
(GIL, 1999). O levantamento usa técnicas estatísticas, análise quantitativa e
permite a generalização das conclusões para o total da população e assim para o
universo pesquisado, permitindo o cálculo da margem de erro. Os dados são mais
descritivos que explicativos. (DENCKER, 2000).
Estudo de Caso:
envolve o estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que
se permita o seu amplo e detalhado conhecimento. (GIL, 1999). O estudo de caso
pode abranger análise de exame de registros, observação de acontecimentos,
entrevistas estruturadas e não-estruturadas ou qualquer outra técnica de
pesquisa. Seu objeto pode ser um indivíduo, um grupo, uma organização, um conjunto
de organizações, ou até mesmo uma situação. (DENCKER, 2000). A maior utilidade do estudo de caso é verificada
nas pesquisas exploratórias. Por sua flexibilidade,
é sugerido nas fases iniciais da pesquisa de temas complexos, para a construção
de hipóteses ou reformulação do problema. É utilizado nas mais diversas áreas do
conhecimento. A coleta de dados geralmente
é feita por mais de um procedimento, entre os mais usados estão: a observação,
análise de documentos, a entrevista e a história da vida. (GIL, 1999).
Pesquisa-Ação:
concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de
um problema coletivo. Os pesquisadores e participantes representativos da
situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo.
(GIL, 1999). Objetiva definir o campo de investigação, as expectativas dos
interessados, bem como o tipo de auxílio que estes poderão exercer ao longo do
processo de pesquisa. Implica no contato direto com o campo de estudo envolvendo
o reconhecimento visual do local, consulta a documentos diversos e, sobretudo,
a discussão com representantes das categorias sociais envolvidas na pesquisa. É
delimitado o universo da pesquisa, e recomenda-se a seleção de uma amostra. O
critério de representatividade dos grupos investigados na pesquisa-ação é mais
qualitativo do que quantitativo. É importante a elaboração de um plano de ação,
envolvendo os objetivos que se pretende atingir, a população a ser beneficiada,
a definição de medidas, procedimentos e formas de controle do processo e de
avaliação de seus resultados. (GIL, 1996). Não segue um plano rigoroso de
pesquisa, pois o plano é readequado constantemente de acordo com a necessidade,
dos resultados e do andamento das pesquisas. O investigador se envolve no
processo e sua intenção é agir sobre a realidade pesquisada. (DENCKER,
2000).
Pesquisa Participante:
Pesquisa realizada através da integração do investigador que assume uma função
no grupo a ser pesquisado, mas sem seguir uma proposta pré-definida de ação. A
intenção é adquirir conhecimento mais profundo do grupo. O grupo investigado
tem ciência da finalidade, dos objetivos da pesquisa e da identidade do
pesquisador. Permite a observação das ações no próprio momento em que ocorrem.
(DENCKER, 2000). Esta pesquisa necessita de dados objetivos sobre a situação da
população. Isso envolve a coleta de informações sócio-econômicas e tecnológicas
que são de natureza idêntica às adquiridas nos tradicionais estudos de
comunidades. Esses dados podem ser agrupados
por categorias, como: geográficas, demográficas, econômicas, habitacionais,
educacionais, e outros. (GIL, 1996).
Pesquisa Experimental:
quando se determina um objeto de estudo, selecionam-se as variáveis que seriam
capazes de influenciá-lo, definem-se as formas de controle e de observação dos efeitos
que a variável produz no objeto. (GIL, 1999). A pesquisa experimental necessita
de previsão de relações entre as variáveis a ser estudado, como também o seu
controle e por isso, na maioria das situações, é inviável quando se trata de
objetos sociais. (GIL, 1996). Esse tipo de pesquisa é geralmente utilizado nas
ciências naturais. Exemplo: Analisar os efeitos colaterais do uso de um
determinado medicamento em crianças de até oito anos.
·
AUTO-AVALIAÇÃO
2
1. Preencha os
espaços com a palavra correspondente:
A) O
_____método ______________ é um conjunto de procedimentos sistemáticos
que devem ser seguidos, para a realização de trabalhos científicos acadêmicos,
a fim de dar ordenamento ao assunto abordado, de forma fidedigna, havendo maior
possibilidade de generalizar os resultados para outros casos;
B) Classificamos
como método ________indutivo ____________ aquele que parte de uma
análise de dados particulares, devidamente constatados, a partir dos quais
podemos inferir verdades universais;
C) O
método _______dedutivo__________ parte do geral para chegar à realidade
de casos específicos;
2. Retorne aos
estudos dos tipos de pesquisa e escolha aquele que mais se identifica e que
poderia ser utilizado por você numa pesquisa futura. Justifica sua escolha.
___o estudo
de caso devido as necessidades no esclarecimento de fatos mas específicos de
analise sistemática e organizacional de estudos científicos.
2.
ELABORAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS
Existem
diversos tipos de trabalhos acadêmicos e/ou científicos. Pode-se citar, dentre
eles, os seguintes tipos: Trabalhos de Graduação Trabalho de Conclusão de Curso
- TCC, Dissertação, Tese, Artigos Científicos, paper, resenha crítica.
Em
todo o caso, destaca-se que a estrutura dos trabalhos científicos é quase
sempre a mesma, compreendendo quase sempre uma introdução, um desenvolvimento
e uma conclusão. A introdução dos
trabalhos costuma abranger os objetivos da pesquisa, bem como os problemas, as delimitações
e a metodologia adotada para a realização do trabalho. O desenvolvimento é mais
livre, podendo o pesquisador dissertar sobre o tema propriamente dito, sem,
contudo, abandonar pontos importantes como a demonstração, a análise e a
discussão dos resultados. Por fim, o autor poderá escrever suas conclusões a
respeito da discussão realizada ou dos resultados obtidos. É neste ponto que o
pesquisador será enfático, ressaltando as posições que deseja defender ou
refutar.
Todavia,
para início de estudos precisamos reserva tempo para a leitura, pois o ato de
ler constitui-se numa atitude fundamental para a formação, de maneira que, quando
optamos por um curso superior, não podemos fugir do compromisso de ser leitores
assíduos dos temas que são tratados na sala de aula e dos acontecimentos que
envolvem a sociedade em que vivemos.
2.1
O
Processo de leitura
O
que você necessita saber é que, quando encontrar o material que julgar certo,
primeiro precisa fazer uma leitura de reconhecimento, olhar a capa e
contracapa, o autor, as orelhas, o sumário (neste, observe os títulos e
subtítulos), as referências indicadas pelo autor (para ter uma noção mais
precisa sobre as bases em que autor o se apoio), a introdução e o prefácio dos
livros, para depois ler.
A
finalidade da leitura deve ser memorizar, apreender o conteúdo e formar um
senso crítico sobre o assunto. É preciso antes de se fazer qualquer
fundamentação, levar em consideração três regras básicas para facilitar a
aprendizagem:
Atenção: capacidade
de concentração em um só objeto;
Memória: reter
ou compreender o que é mais significativo de um conteúdo, ao inverso de ter
decorado, o que só permite repetição;
Associação de idéias: capacidade
que possibilita ao indivíduo relacionar e evocar fatos e idéias.
Sites
como:
Ajudarão
vocês a selecionar material adequado e de confiança na internet para a
realização de seus trabalhos acadêmicos. Aconselho ir direto à fonte, ou seja,
nos autores que foram os precursores da temática que desejam estudar.
·
As
etapas da leitura
A
leitura, sem dúvida, é a melhor fonte de conhecimento. Por intermédio da
leitura, podemos ampliar e aprofundar conhecimento sobre determinado campo
cultural ou científico, aumentar o vocabulário pessoal e, por conseguinte,
comunicar as idéias, de forma mais eficiente. Etapas da leitura que devemos
seguir (CERVO E BERVIAN, 2002, p. 96-99):
a)
Pré-leitura:
é a leitura de reconhecimento que examina a folha de rosto, os índices, a
bibliografia, as citações ao pé de página, o prefácio, a introdução e a
conclusão. Tratando-se de livro a dica é percorrer o capítulo introdutório e o
final; no caso de leitura de um capítulo, ler o primeiro parágrafo. Quando for
um artigo de revista ou jornal, geralmente, a idéia está contida no título do
artigo e subtítulos, que se apresentarem. Lembre que os primeiros parágrafos,
em geral, tratam dos dados mais importantes;
b)
Leitura
seletiva: selecionar é eliminar o dispensável para nos
fixarmos no que realmente nos interessa; para tanto, é necessário definir
critérios, ou seja, os objetivos do trabalho, pois somente os dados que
forneçam algum conteúdo sobre o problema da pesquisa que possam trazer uma
resposta é que devem ser selecionados;
c)
Leitura
crítica ou reflexiva: supõe a capacidade de escolher as
idéias principais e de diferenciá-las entre si das secundárias. Dessa forma,
diante da problemática de uma pesquisa, o estudante precisa fazer reflexão por
meio da análise, comparação, diferenciação, síntese e do julgamento, levantando
similaridade ou não, para formar sua idéia sobre o; assunto
d) Leitura interpretativa:
nessa fase, o pesquisador procura saber o que realmente o autor afirma e que
informações transmite para a solução dos problemas formulados na pesquisa.
Chegando a essa etapa, é o momento de procedermos à integração dos dados
descobertos durante a leitura na redação do trabalho de pesquisa.
·
O
fichamento
O
sucesso com os estudos depende, além de muita leitura, da assimilação dos
conteúdos. Para tanto, a prática da documentação, ou seja, organização e
registro das informações estudadas é uma prática bastante eficiente.
O
fichamento é um procedimento utilizado na organização de dados da pesquisa de
documentos. Sua finalidade é a de arquivar as principais informações das
leituras feitas e auxiliar, na identificação da obra.
A
estrutura mínima sugerida para um fichamento é:
·
Cabeçalho,
que pode ser dividido em apenas dois campos: o primeiro dever o título geral e
o segundo, o título específico;
·
Referência:
deve
contemplar a autoria, o título da obra, local de publicação, editora e ano de
publicação.
·
Corpo
ou texto da ficha: onde o conteúdo é desenvolvido, por
meio de resumo ou citação.
O
corpo ou texto da ficha pode mudar, dependendo do tipo de fichamento. Vejamos
alguns deles:
FICHA DE CITAÇÃO
É
construída utilizando partes de obras, ou capítulos ou artigos. É formada por
citações diretas, devendo seguir as normas da ABNT.
As
citações podem ser:
·
Diretas, com texto na íntegra;
·
Com omissões de palavras, isto é,
supressões de texto que não interessam no contexto, indicadas com três pontos
entre colchetes [...];
Exemplo de ficha
de citação:
Metodologia
Científica
|
Método
Indutivo e Dedutivo
|
01
|
LAKATOS,
Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia
Científica. 3ª Ed. São Paulo: Atlas, 2000. 279p.
|
A
indução é “um processo mental por intermédio do qual, partindo de dados
particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou
universal, não contida nas partes examinadas” (p. 53).
Uma
característica que não pode deixar de ser assinalada é que o argumento
indutivo, da mesma forma que o dedutivo, fundamenta-se em premissas. Contudo,
se nos dedutivos, premissas verdadeiras levam inevitavelmente à conclusão
verdadeira, nos indutivos conduzem apenas a conclusões prováveis (p. 53).
“[...]
é de vital importância compreender que, no método dedutivo, a necessidade de
explicação não reside nas premissas [...] por outro lado, não é necessária
que o princípio geral aduzido seja uma lei casual” (p. 69).
Outro
importante ponto a ser assinalado no método dedutivo é a questão de se saber
se a explicação de leis [...] também consiste, unicamente, em subordiná-las a
algum princípio mais geral [...] dizer que a teoria explica as leis significa
algo mais do que a mera dedução lógica: a dedução é necessária à verdade da
teoria, mas não é suficiente (p. 70).
|
Biblioteca
FASVIPA
|
FICHA DE RESUMO
É
uma síntese das principais idéias contidas na obra. Nesse tipo de ficha, você
deve elaborar uma síntese com suas próprias palavras.
Exemplo de ficha
de resumo:
O
Método Científico
|
Maior
eficiência nos estudos
|
01
|
GALLIANO,
Alfredo Guilherme. O Método
Científico: teoria e prática. São Paulo: Harbra, 1986. 200p.
|
A
obra de Galliano apresenta que, antes de iniciarmos o estudo da metodologia
científica, é preciso ter consciência de que não é um bicho-de-sete-cabeças,
mas, que é preciso dedicar atenção e ser persistente nos estudos.
Que
é necessário entender o método a partir das próprias experiências vivenciadas
no dia-a-dia, que existem métodos e técnicas, e que nós já sabemos que é
assim, que existe uma diferença fundamental entre ambos, sendo o método um
conjunto de etapas a serem vivenciadas e a técnica, um modo de fazer mais
hábil e que um método, permite a utilização de diferentes técnicas.
O
autor também faz referência ao processo de acumulação e transmissão de
conhecimento como a mola propulsora da Ciência e do progresso da humanidade,
e que o acumulo de conhecimento conduz ao aperfeiçoamento da mentalidade, e é
o desenvolvimento racional que desperta para a ciência propriamente dita.
|
Biblioteca
FASVIPA
|
É
necessário que você se lembre de que, quando fizer o fichamento, deverá sempre
utilizar as técnicas de leitura, aproveitando o máximo o que está lendo, a fim
de compreender e separar as partes que interessam àquela temática.
·
ATIVIDADE
COMPLEMENTAR
Leia o texto a
seguir e elabore um fichamento, seguindo o tipo que mais lhe agrada.
Filosofia
nos Vestibulares e no Ensino Médio
Por Emmanuel José Appel. In InformANDES,
jan/fev, 1999.
“Um ensino de Filosofia amplamente difundido, de
forma acessível e pertinente, contribui de maneira essencial para a formação de
homens livres. Incita-os, com efeito, a criticar e a julgar por si mesmos,
confrontar argumentações, respeitar a palavra dos outros, submeter-se somente à
autoridade da razão. Mas ainda: é, incontestavelmente, uma escola de liberdade”
(Federico Mayor, Diretor Geral da UNESCO)
Há
muitos anos - desde a sua retirada, no início dos anos setenta, durante os
chamados anos de chumbo do governo
militar brasileiro - bate-se para reimplantar a filosofia no ensino médio.
Luta-se contra o escândalo teórico e político da sua supressão e, ao mesmo
tempo, constata-se que o ensino da filosofia se estende na medida em que a
democracia avança. Não há propriamente ofício filosófico sem sujeitos
democráticos e não há como atuar no campo político, consolidar a democracia,
quando se perde o direito de pensar. Quem pensa opõe resistência. Está certa,
portanto, a “Declaração de Paris para a filosofia” (aprovada durante as
jornadas internacionais sobre philosophie
et démocratie dans le monde, organizadas pela UNESCO em fevereiro de 1995)
quando sublinha que a educação
filosófica, formando espíritos livres e reflexivos, capazes de resistir às
diversas formas de propaganda, fanatismo, exclusão e intolerância, contribui
para a paz e prepara cada um a assumir suas responsabilidades face Às grandes
interrogações contemporâneas, notadamente no domínio da ética. Este
importante documento sentencia ainda que o desenvolvimento da reflexão
filosófica, no ensino e na vida cultural, contribui de maneira importante para
a formação dos cidadãos, no exercício de sua capacidade de julgamento, elemento
fundamental de toda democracia.
Cabe
acrescentar que, às vésperas da entrada do próximo milênio, não se pode mesmo
admitir que um jovem brasileiro chegue ao final de seu curso médio e se
candidate a uma vaga na universidade sem distinguir as grandes linhas do
pensamento filosófico, sem perceber os conflitos das idéias e interpretações
(vias de acesso para a inteligência dos conflitos reais quando também
compreendidas e estudadas em seu estatuto e lógica internas, em seu plano
imanente) e, sobretudo, sem se beneficiar do caráter resolutamente crítico e formador
da filosofia.
Durante
muito tempo, o ensino médio mimetizou a estrutura informativa e competitiva dos
exames vestibulares (que caminhavam perigosamente na direção de estes onde os
alunos exibiam suas memórias treinadas em cursinhos). ((Ainda que suas
comissões organizadoras tenham se tornado sensíveis em relação a este perigo,
não é redundante propor que um vestibular, cada vez melhor elaborado, possa
incorporar provas) pontos de filosofia) que contribuam para examinar mais
diretamente a capacidade de refletir, de problematizar um assunto, de
interpretar e produzir textos, de articular conceitos e de repensar a cultura.
Se
no ensino médio temos boas razões para reincluir – não apenas justapor – a
filosofia entre as matérias habituais do seu currículo, assim também as temos
para incluí-la nos vestibulares. Sua presença (e não há aí nenhuma inspiração
jacobina ou blanquista!) nos vestibulares das universidades públicas, terá, com
certeza, um gigantesco impacto sobre o papel que as escolas de ensino médio
(aquelas poucas que a reintroduziram) têm atribuído à filosofia.
O
programa da prova passará a determinar o programa do ensino médio, corrigindo-o
e prendendo-o ao padrão escolar/acadêmico desejado já neste nível. Entenda-se
que este padrão – e este é o objetivo maior de nossa proposta – permitirá à
filosofia reinserir-se não enquanto mero ornamento, exaltação do espírito ou
assessoria metodológica, mas enquanto disciplina
dotada de pertinência, densidade e constância próprias (a nova Lei de Diretrizes e Bases, de 20/12/96, em seu artigo 36, parágrafo 1º,
inciso III e as novas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio,
de 26/06/98, em sua última letra do parágrafo II, item i, artigo 10, não deixam
isto claramente explícito, apenas observam que ao final do ensino médio o
educando demonstre domínio de conhecimento filosóficos e sociológicos,
necessários ao exercício da cidadania), capaz de dialogar com as outras disciplinas e contribuir para
reafirmá-las enquanto momentos daquele processo de formação (Bildung) orgânico,
cumulativo, criativo e crítico que verdadeiramente chamamos de educação.
Acreditamos
que após a implantação da filosofia nos vestibulares das universidades
públicas, poder-se-á melhor contribuir com os trabalhos que já vêm sendo desenvolvida
(inclusive com acompanhamento de algumas Secretarias Estaduais de educação) no
sentido de reimplantar a filosofia – filosofa
enquanto filosofia – nas [matrizes] curriculares do ensino médio das
escolas públicas e privadas do país.
2.2
Orientações básicas para elaboração de resumos e resenhas
O
estudante, quando solicitado a elaborar um trabalho acadêmico, apresenta
dificuldades de diferenciar as características quanto à estrutura, ao conteúdo
ou à forma de apresentação inerente de cada tipo de trabalho. Segue uma breve
apreciação sobre os tipos de trabalhos acadêmicos e seus pré-requisitos;
RESUMO
Resumir
é apresentar de forma breve, concisa e seletiva um, certo conteúdo. Isto significa
reduzir a termos breves e precisos a parte essencial de um tema. Saber fazer um
bom resumo é fundamental no percurso acadêmico de um estudante em especial por lhe
permitir recuperar rapidamente idéias, conceitos e informações com as quais ele
terá de lidar ao longo de seu curso.
Em
geral um bom resumo deve ser:
Breve e conciso:
no resumo de um texto, por exemplo, devemos deixar de lado os exemplos dados
pelo autor, detalhes e dados secundários;
Pessoal:
um resumo deve ser sempre feito com suas próprias palavras. Ele é o resultado
da sua leitura de um texto;
Logicamente estruturado:
um resumo não é apenas um apanhado de frases soltas. Ele deve trazer as idéias
centrais (o argumento) daquilo que se está resumindo. Assim, as idéias devem
ser apresentadas em ordem lógica, ou seja, como tendo uma relação entre elas. O
texto do resumo deve ser compreensível.
Alguns
tipos de resumo:
Resumo Indicativo ou Descritivo: Também
conhecido como abstract (resumo, em inglês), este tipo de resumo apenas indica os
pontos principais de um texto, sem detalhar aspectos como exemplos, dados qualitativos
ou quantitativos, etc. Um bom exemplo deste tipo de resumo são as sinopses de
filmes publicadas nos jornais. Ali você tem apenas uma déia do enredo de que
trata o filme.
Resumo Informativo ou Analítico: Também
conhecido, em inglês, como summary, este tipo de resumo informa o leitor sobre
outras características do texto. Se o texto é o relatório de uma pesquisa, por
exemplo, um resumo informativo não diz apenas do que trata a pesquisa (como
seria o resumo indicativo), mas informa as finalidades da pesquisa, a
metodologia utilizada e os resultados atingidos. Um bom exemplo disto são os
resumos de trabalhos científicos publicados nos anais de congressos.
Resumo Crítico: Este
é, provavelmente, o tipo de resumo que você mais terá de fazer a pedido de seus
professores ao longo do seu curso. O resumo crítico é uma redação técnica que avalia
de forma sintética a importância de uma obra científica ou literária. Quando um
resumo crítico é escrito para ser publicado em revistas especializadas, é
chamado de Resenha. Ocorre que, por costume, os professores tendem a chamar de resenha
o resumo crítico elaborado pelos estudantes como exercício didático. A rigor,
você só escreverá uma resenha no dia em que seu resumo crítico for publicado em
uma revista. Até lá, o que você faz é um resumo crítico. Mas não deixam de estarem
certos os professores que dizem que resenha não é resumo. A resenha (ou resumo
crítico) não é apenas um resumo informativo ou indicativo. A resenha pede um
elemento importante de interpretação de texto. Você só fará uma boa resenha se
tiver lido um texto ao menos até a quarta etapa de leitura, na classificação
sugerida por Antônio Severino.
Por
isso, antes de começar a escrever seu resumo crítico você deve se certificar de
ter feito uma boa leitura do texto, identificando:
1.
Qual o tema tratado pelo autor?
2.
Qual o problema que ele coloca?
3.
Qual a posição defendida pelo autor com relação a este problema?
4.
Quais os argumentos centrais e complementares utilizados pelo autor para
defender sua posição?
Uma
vez tendo identificado todos estes pontos, que devem estar retratados no seu
esquema do texto, você já tem material para escrever metade do seu resumo
crítico. Este material já é suficiente para fazer um resumo informativo, mas,
para um resumo crítico, falta a crítica, ou seja, a sua análise sobre o texto.
E o que é esta análise? A análise é, em síntese, a capacidade de relacionar os
elementos do texto lido com outros textos, autores e idéias sobre o tema em questão,
contextualizando o texto que está sendo analisado.
Dicas
para resumo:
·
Leitura atenta inicial para entender o
assunto em questão;
·
Leitura subseqüente para selecionar as
idéias principais do texto, pontuando o que for mais relevante;
·
Grifar as palavras-chaves que envolvem
as idéias fundamentais; Resumir cada parágrafo; Verificar se está havendo coerência
e seqüência lógica entre os parágrafos resumidos, para fazer os ajustes
necessários.
|
|
OBS.
Resumo não é comentário crítico; você deve ater-se às idéias do autor, sem
emitir sua opinião, por isso as idéias do resumo devem ser fiéis às
expostas no texto original.
|
|
RESENHA
A
resenha é uma espécie de resumo crítico, constitui-se em um texto que
estabelece comparação com mais obras da mesma área, permite comentários e juízo
de valor e exige um profundo conhecimento do assunto, bem como capacidade
crítica para discutir as idéias nele contidas.
A
estrutura da resenha descreve as propriedades da obra (descrição física da obra),
relata credenciais do autor, resume a obra, apresenta ainda as conclusões e
metodologia utilizada, expõe o quadro de referências em que o autor se baseou,
apresenta uma avaliação da obra e menciona a quem se destina.
A
resenha pode ser descritiva, quando dispensa a apreciação daquele que a
elabora, ou crítica, quando exige apreciação de forma justificada; a opinião
pode ser concordante, convergente ou divergente, parcial ou totalmente. Como
norma geral, a resenha não deve ultrapassar quatro folhas, em espaço duplo.
Roteiro
para elaboração de uma resenha:
Referência
|
Informações
gerais sobre o autor
|
Síntese
dos principais elementos da obra
- De
que trata a obra? O que diz?
- Possui
alguma característica especial?
- Como
foi abordado o assunto?
|
Conclusão
do autor
|
Apreciação
crítica
- Mérito
da obra: Qual a contribuição dada? Ideias verdadeiras, originais,
criativas? Conhecimentos novos, amplos, abordagem diferente?
- Estilo:
conciso, objetivo, simples? Claro, preciso, coerente?
- Forma:
Há equilíbrio na disposição das partes?
- Indicação
da obra: a quem é dirigida (grande público, especialistas, estudantes?)
|
2.3
Artigos Científicos
“É
a parte de uma publicação, com autoria declarada, que apresenta e discute
idéias, métodos, técnicas, processos e resultados nas diversas áreas do
conhecimento”. (ABNT, 2003, p.2)
O
artigo pode ser:
a)
Original: relatos de experiências de
pesquisa, estudo de caso etc...
b)
De revisão: analisam e discutem
trabalhos já publicados, revisões bibliográficas.
O
artigo científico tem a mesma estrutura dos demais trabalhos científicos:
a)
Pré-textual
b)
Textual
c)
Pós textual
1.
Elementos
pré-textuais
a)
Título e subtítulo (se houver) –
devem figurar na primeira página do artigo, centralizado, na língua do texto,
em negrito e com as letras iniciais em maiúsculas;
b)
Título na língua inglesa –
centralizado, em negrito, a dois espaços entre linhas (1,5 cm) do título na
língua vernácula;
c)
Autoria: Nome completo do (s) autor
(s) na forma direta (centralizado), a dois espaços entre linhas (1,5 cm)
separados por ponto e vírgula quando mais de um autor, acompanhado de um breve
currículo em nota de rodapé, onde o autor é qualificado na área do artigo,
seguido do endereço postal e/ou eletrônico;
d)
Resumo na língua vernácula – Deve
apresentar de forma concisa os objetivos, metodologia e os resultados
alcançados, utilizar o verbo na voz ativa, não devendo ultrapassar 250
palavras. Digitar em espaçamento entre linhas simples, antecedido da palavra
resumo em negrito, seguido de dois pontos (:);
e)
Palavras chave – Na língua do texto,
deve figurar abaixo do resumo, antecedidas da expressão: Palavras chave:
f)
Resumo na língua estrangeira:
elemento obrigatório, versão em inglês do resumo;
g)
Key words: Versão em inglês das
palavras chave
Exemplo:
|
|
Como Aprimorar o
Formato de um Artigo Científico
How to Improve the Structure of a Scientific Article
Gilmar Paulo Henz¹
Resumo: Os
artigos continuam sendo a principal maneira de divulgação científica nos meios
especializados. Tem sido observado que muitos dos artigos submetidos à
Horticultura Brasileira seguem as normas para publicação, mas apresentam
problemas em
seu
formato.
Palavras-chave:
Redação Científica. Apresentação.
Abstracts: Research articles are the most important way to broadcast science
among the specialized journals. Many of the articles submitted to
publication in Horticultura Brasileira
follow established guidelines, but show format problems.
Key words: Scientific Writing. Format.
___________________
1.
Pesquisador Embrapa Hortaliças -
E-mail:
pppp@embrapa - Cx Postal 8001
|
|
2.
Elementos
textuais
a) Introdução – parte inicial do artigo,
onde deve-se expor a finalidade e os objetivos da pesquisa e outros elementos
que situa o leitor no texto, a palavra “Introdução” deve aparecer alinhada à
margem esquerda, em negrito e apenas a letra inicial em maiúsculo;
b)
Desenvolvimento – parte principal do
trabalho deve-se expor o assunto tratado de forma pormenorizada e ordenada,
divide-se em seções e subseções conforme NBR6024;
c)
Conclusões – parte final do artigo
no qual devem: Responder às questões da pesquisa, correspondente aos objetivos
e hipóteses; Serem breves podendo apresentar recomendações e sugestões para
trabalhos futuros.
3.
Elementos
pós-textuais
a)
Referências - Elemento obrigatório
constitui uma lista única ordenada de documentos efetivamente citados no texto,
seguindo a norma NBR 6023/2002 da Associação Brasileira de Normas Técnicas.
Exemplos:
v Livros:
Livro considerado no todo:
PINHO,
Diva Benevides; VASCONCELOS, Marco Antonio Sandoval de.
Manual de economia. 3. ed.
São Paulo: Saraiva, 1998.
Capítulo de livro:
ARCHER, Earnest
R. Mito da motivação. In: BERGAMINI, Cecília; CODA, Roberto (Org.). Psicodinâmica da vida organizacional:
motivação e liderança. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1997. P.23-46.
Artigos de periódicos:
PEIXOTO, Fábio.
Sua empresa não quer fera. Exame,
São Paulo, v.35, n.738, p.30-31, abr. 2001.
Teses, Dissertações, monografias e TCC
MONTAGNA, Adelma
Pistun. Expressões de gênero no desenho infantil. 2001. Dissertação (Mestrado em Educação) –
Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia. 2001.
v Documentos extraídos da internet
Páginas da internet
CALDAS, Juarez. O fim da economia: o começo de tudo.
Disponível em:
<http:/www.caldasecon.com.br>. Acesso em: 23 abr. 2001.
Artigos de periódicos - Internet
SOBRENOME,
Nome./Título do artigo./Nome da Revista,
Local, v., n., mês ano. Disponível em: <http:/www.editora.com.br>>.
Acesso em: 23 maio 2001.
b) Apêndices
– Elemento opcional. “Texto ou documento elaborado pelo autor a fim de
complementar o texto principal” (ABNT, 2005, p.2
c)
Anexo – Elemento opcional. “Texto ou
documento não elaborado pelo autor, que serve de fundamentação, comprovação e
ilustração”. (ABNT, 2005, p.2)
4.
Apresentação
Gráfica
Os
artigos não devem exceder o tamanho de 15 laudas, com a seguinte formatação:
a) Margens
5.
Superior
- 3,0 cm
6.
Inferior
- 2,0 cm
7.
Esquerda
- 3,0 cm
8.
Direita
- 2,0 cm
b) Espacejamento entre linhas
Utilizar
espacejamento 1,5 para o texto e simples para resumo, abstract, referências e
citações longas.
c) Escrita
Editar
o original utilizando somente o anverso da folha, evitando separações silábicas
com barras ou outros sinais. Utilizar margem justificada para o corpo do
trabalho e alinhamento esquerdo para as referências. Deve-se usar o tipo Times
New Roman - tamanho 12, para o texto e referências. Para as citações longas,
notas de rodapé, paginação, legendas das ilustrações e tabelas, usar tamanho
menor. Papel no formato A4.
5.
Indicativo
de Seção
O
indicativo numérico da seção precede o título [da seção] alinhado à esquerda. Não
se utilizam ponto, hífen, travessão ou qualquer outro sinal após o indicativo
da seção ou e seu título: (ABNT, 2003a, p.2).
2.4
Trabalho de Conclusão de Curso – TCC
ESTRUTURA
DA MONOGRAFIA
Segundo
Severino (2000 apud Amaral, 2004: p.77), uma monografia que se elabora como
Trabalho de Conclusão de Curso, Dissertação ou Tese são constituídas pelas
seguintes partes:
Capa
Página
de rosto
Página
de dedicatória
Página
de aprovação (quando se trata de trabalhos finais que se submeterão a uma banca
examinadora)
Sumário
Lista
de tabelas e/ou figuras
Resumo
Corpo
do trabalho: introdução - desenvolvimento – conclusão
Apêndices
Anexos
Referências
Contra-capa
(folha em branco ao final do trabalho).
5.2.1
Introdução
Segundo
Amaral (2004: p.77),
Nesta
parte, devem constar os antecedentes da questão em estudo, o debate atual e as
controvérsias. Referem-se à delimitação do tema e aos objetivos do trabalho;
indicam a importância e a relevância do estudo, expõem-se as hipóteses;
discorre-se sobre o conteúdo dos capítulos que forma o todo da monografia.
5.2.2 Desenvolvimento
É
o núcleo do trabalho monográfico e pode ser organizado em capítulos, itens e
subitens. Nesta parte expõe-se a fundamentação do problema. Tem por objetivo
descrever as idéias, as posições dos autores consultados, os conceitos e a
teoria que embasou a discussão. Demonstram-se, interpretam-se e expõem-se os
resultados da pesquisa (AMARAL, 2004).
5.2.3. Conclusão
Segundo
Amaral (2004: p.78), nesta seção apresenta-se um resumo da argumentação em
torno das idéias desenvolvidas ao longo do trabalho; sintetizam-se os
principais resultados do estudo realizado e aponta-se para possíveis futuros
estudos.
5.2.4
Apresentação gráfica da monografia
As
orientações seguintes servem segundo Amaral (2004), para a parte do corpo do
trabalho monográfico texto (introdução, desenvolvimento e conclusão). As
referências têm orientações especiais (ver o próximo tópico deste documento).
.
Papel a ser utilizado: A4 (21 cm x
29,7 cm)
.
Tipo de letra recomendado: Arial ou Times New Roman
.
Tamanho da letra: 12 (o texto
adentrado deve ter tamanho 10, com espaçamento entre linhas simples e recuo de
2 cm)
.
Espaçamento entre linhas: 1,5 (exceto se o texto estiver adentrado)
.
Margens das páginas
a)
Superior: 3 cm;
b)
Inferior: 2 cm;
c)
Esquerda: 2 cm;
d)
Direita: 2 cm.
.
Espaçamento em relação aos títulos dos capítulos, itens e subitens:
Iniciam-se
os capítulos novos em folhas novas. O título do capítulo entra ao alto da
folha, antecedido pelo número; todas as letras em maiúscula. Após o título
deixa-se o espaço correspondente a duas linhas em branco; põe-se então o título
do item e subitem.
PONTOS
PARA AVALIAÇÃO DE UMA MONOGRAFIA
Quanto à apresentação
- A
folha de rosto está completa?
- O
título descreve de forma concisa os conteúdos do trabalho monográfico?
- O
uso de títulos está consistente na monografia? Os subtítulos são concisos?
- Os
termos técnicos, símbolos ou abreviações estão suficientemente explicados?
- Há
consistência na ortografia e no uso de letras maiúsculas, hífens e aspas?
- Todas
as referências bibliográficas estão precisas, principalmente na ortografia
dos nomes? As datas da lista de referências estão de acordo com o texto?
- Confira
o sumário
- O
propósito e o âmbito do trabalho monográfico estão claros na introdução?
- Todas
as páginas estão numeradas na ordem correta?
- O
trabalho está equilibrado quanto ao tamanho dos capítulos e volume de
anexos?
Quanto à redação
científica
- Cada
frase é necessária? Há repetições?
- O sentido de cada frase poderia ser mais
bem expresso? Há palavras desnecessárias?
- Cada
frase é fácil de ser lida? Ela soa bem quando lida em voz alta? A ênfase
está bem determinada?
- Todos
os parágrafos são relevantes, necessários e estão no lugar apropriado? A
conexão entre os parágrafos está clara? Tudo o que era irrelevante foi
retirado? O tópico está claramente indicado? Tudo que está no parágrafo é
relevante para o tópico?
- Todos
os argumentos estão adequadamente desenvolvidos e conduzem diretamente a
uma conclusão lógica; tudo o que é original está suficientemente
enfatizado?
- O
trabalho monográfico se ajusta aos requisitos da escrita científica? Cada
informação está precisa, baseada em evidência suficiente, livre de
contradições e erros de omissão? Existem palavras tais como algum ou
qualquer que possam ser substituídas por números?
- Existe
algum ponto importante que deva ser mais claramente expresso ou que deva
ser destacado em uma ilustração? Alguma ilustração deve ser substituída
por um texto?
- O
objetivo do trabalho foi atingido, e o trabalho manteve-se dentro do
âmbito proposto?
- Alguma
informação essencial ficou fora? As conclusões estão expressas de forma
clara?
3. FORMAS DE ELABORAR CITAÇÕES E
REFERÊNCIAS
3.1 CITAÇÃO
Segundo
a Associação Brasileira de Normas Técnicas (2001, p.1), citação é a “menção no
texto de uma informação extraída de outra fonte”. Pode ser uma citação direta,
citação indireta ou citação de citação, de fonte escrita ou oral.
As
citações em trabalho escrito são feitas para apoiar uma hipótese, sustentar uma
idéia ou ilustrar um raciocínio por meio de menções de trechos citados na
bibliografia consultada.
Tipos de Citação
Citação direta
É
quando transcrevemos o texto utilizando as próprias palavras do autor. A
transcrição literal virá entre “aspas”.
Exemplo:
Segundo
Vieira (1998, p.5) o valor da informação está “diretamente ligado à maneira
como ela ajuda os tomadores de decisões a atingirem as metas da organização”.
Citação indireta
É
a reprodução de idéias do autor. É uma citação livre, usando as suas palavras
para dizer o mesmo que o autor disse no texto. Contudo, a idéia expressa continua
sendo de autoria do autor que você consultou, por isso é necessário citar a
fonte: dar crédito ao autor da idéia.
Exemplo:
O
valor da informação está relacionado com o poder de ajuda aos tomadores de
decisões a atingirem os objetivos da empresa (VIEIRA, 1998).
Citação de citação
É
a menção de um documento ao qual você não teve acesso, mas que tomou
conhecimento por citação em outro trabalho. Usamos a expressão latina apud
(“citado por”) para indicar a obra de onde foi retirada a citação. Sobrenome (ES)
do Autor Original (apud Sobrenome dos Autores da obra que retiramos a citação,
ano de publicação da qual retiramos a citação). É uma citação indireta.
Exemplo:
Porter
(apud CARVALHO e SOUZA, 1999, p.74)
considera que “a vantagem competitiva surge fundamentalmente do valor que uma
empresa consegue criar para seus compradores e que ultrapassa o custo de
fabricação pelas empresas”.
Apresentação das citações no texto
Até três linhas:
aparece fazendo parte normalmente do texto.
Exemplo:
Porter
(apud CARVALHO e SOUZA, 1999, p.74)
considera que “a vantagem competitiva surge fundamentalmente do valor que uma empresa
consegue criar para seus compradores e que ultrapassa o custo de fabricação
pelas empresas”.
Mais de três linhas:
recuo de 4 cm para todas as linhas, a partir da margem esquerda, com letra
menor (fonte 10) que a do texto utilizado e sem aspas.
Exemplo:
Drucker
(1997, p.xvi) chama a nova sociedade de sociedade capitalista. Nesta nova
sociedade:
O recurso
econômico básico – ‘os meios de produção’, para usar uma expressão dos
economistas – não é mais o capital, nem os recursos naturais (a ‘terra dos
economistas’), nem a ‘mão-de-obra’. Ele será o conhecimento. As atividades
centrais de criação de riqueza não serão nem a alocação de capital para usos
produtivos, nem a ‘mão-de-obra’ – os dois pólos da teoria econômica dos séculos
dezenove e vinte quer ela seja clássica, marxista, keynesiana ou neoclássica.
Hoje o valor é criado pela ‘produtividade’ e pela ‘inovação’, que são
aplicações do conhecimento ao trabalho. Os principais grupos sociais da
sociedade do conhecimento serão os ‘trabalhadores do conhecimento’ – executivos
que sabem como alcançar conhecimento para usos produtivos...
3.2 REFERÊNCIAS
Referência
é o conjunto de elementos que permitem a identificação, no todo ou em parte, de
documentos impressos ou registrados em diversos tipos de materiais.
A
Associação Brasileira de Normas Técnicas (2000, p.1) na NBR6023: 2000: “fixa a
ordem dos elementos das referências e estabelecem convenções para transcrição e
apresentação de informação originada do documento e/ou outras fontes de
informação”.
Nos
trabalhos acadêmicos a referência pode aparecer:
·
Em nota de rodapé ou no final texto;
·
Encabeçando resumos.
Para
uma melhor recuperação de um documento, as referências indispensáveis devem ter
alguns elementos, como:
1. Autor
(quem?);
2. Título (o
que?);
3. Edição;
4. Local de publicação
(onde?);
5. Editora;
6. Data de
publicação da obra (quando?).
Você
deve apresentar elementos de forma padronizada e na seqüência apresentada
acima.
Uma
das finalidades das referências é informar a origem das idéias apresentadas no
decorrer do trabalho.
Nesse
sentido você deve apresentá-las completas, para facilitar a localização dos
documentos.
Veja
alguns modelos de referencias:
Livros, folhetos, dicionários,
enciclopédias, manuais considerados no todo
SOBRENOME,
Prenome do Autor da obra. Título da obra: subtítulo. Tradução de
Nome e Sobrenome do Tradutor. N. ed. Local: Editora, o ano. Nº v. ou v. n, n p.
(Nome da coleção, número do livro na coleção).
ARANTES, Antônio
Augusto. O que é cultura popular. 2.
Ed. São Paulo: Brasiliense, 1981. 84 p. (Primeiros passos, 36).
CHEVALIER, Jean;
GHEERBRANT, Alain. Dicionário de
símbolos. Tradução de Vera Silva et al. 4. Ed. Rio de Janeiro: J.Olympio,
1991. 996 p.
COUTO, Lúcio da
Costa et al. Contos tradicionais de
Minas Gerais. 5. Rio de
Janeiro:
Ediouro, 1998. 220 p.
DICIONÁRIO
enciclopédia Koogan-Larousse-Seleções: léxico comum. Rio de Janeiro:
Larousse do
Brasil, 1998. V. 1, 934 p.
ESPÍRITO SANTO,
Moacir Santos do. Métodos didáticos em curso de graduação. 2. Ed. rev. Porto Alegre:
Ed. das Américas, 2005. 190 p.
FREIRE,
Gilberto. Sobrados e mocambos. São Paulo: Nacional, 1936. 405 p.
FREIRE,
Gilberto. Sobrados e mocambos. 2. Ed. rev. São Paulo: Nacional, 1938. 410 p.
FUNDAÇÃO JOÃO
PINHEIRO. Secretaria de Assuntos Municipais.
Plano Diretor para o
Jequitinhonha. Belo Horizonte: 1988. 184 p.
PERNAMBUCO.
Secretaria da Fazenda. ICM, convênios e protocolos, 1985-1986. Recife: Liceu, 1989. 272 p.
TAVARES JÚNIOR,
César Paiva; BRÁS, Bernardo; COIMBRA, Alan Nogueira. Ciências: entendendo a natureza. 6. Ed. [S.l.]: Costa, 1995. 192 p.
TREVISAN FILHO,
Lauro Oliveira; CRUZ NETO, Raul dos Santos. Desafios para a educação no Brasil. Recife: [S.n.], 2005. 148 p.
UNESCO. Guia
para redação de artigos científicos. 2. Ed. rev. e ampl. Brasília:
Instituto Brasileiro de Informação em Tecnologia, 2008. 192 p.
Livros, folhetos, dicionários,
enciclopédias, manuais considerados no todo, em meio eletrônico
KOOGAN, André;
HOUAISS, Antônio. Enciclopédia e dicionário digital 98. Direção geral de André Koogan
Breikman. São Paulo: Delta: Estadão, 1998. 5 CD-ROM.
BRASIL.
Ministério da Ciência e Tecnologia. Sociedade
da informação no Brasil. Brasília: MCT, 2000. Disponível em: <http://www.socinfo.org.br/livro-verde.htm>
Acesso em: 02 jan. 2005.
Parte ou capítulo consultado de
obras, tais como: livros, folhetos dicionários, enciclopédias e manuais com
autor ou sem autoria determinada
- Autor
da parte ou capítulo consultado é o mesmo da obra:
SOBRENOME,
Prenome do Autor da parte ou capítulo consultado. Título da parte ou capítulo
consultado: subtítulo. In: SOBRENOME, Prenome do Autor do livro consultado. Título da obra: subtítulo. Tradução de Nome
e Sobrenome do Tradutor. Nº. Ed. Local: Editora, ano. V. nº, o Cap. nº, p.
inicial-final (Nome da coleção, número do livro).
GARCIA, Nelson
Jayr. Classes sociais, ideologia e propaganda. In: GARCIA, Nelson Jayr. O que
é propaganda ideológica. 10. Ed. São Paulo: Brasiliense, 1984. P. 19-27
(Primeiros passos, 77).
GARCIA, Nelson
Jayr. Propaganda comercial, eleitoral e ideológica. In: GARCIA, Nelson Jayr. O que é propaganda ideológica. 10. Ed.
São Paulo: Brasiliense, 1984. P. 7-18 (Primeiros passos, 77).
- Parte
ou capítulo consultado sem autoria determinada:
TÍTULO da parte
ou capítulo consultado sem autoria determinada. In: Título da obra: subtítulo. Tradução de Nome e Sobrenome do
Tradutor. Nº. Ed. Local: Editora, ano. V. nº, Cap. nº, p. inicial-final (Nome da
coleção, número do livro).
ECONOMIA
brasileira. In: Enciclopédia delta universal. Rio de Janeiro: Delta, 1986. V. 5, p.
2.515-2.517.
- Parte
ou capítulo consultado com autoria própria:
SOBRENOME,
Prenome do Autor da parte ou capítulo consultado. Título da parte ou
Capítulo
consultado: subtítulo. In: SOBRENOME, Prenome do Autor da obra. Título da obra: subtítulo. Tradução de
Nome e Sobrenome. N. ed. Local: Editora, ano. V. nº, Cap. nº, p. inicial-final
(Nome da coleção, número do livro).
MANNONI, Maud. A
Pedagogia, ciência ou política. In: ESCOBAR, Carlos Henrique de (Org.). Psicanálise e Ciência da História. Rio
de Janeiro: Eldorado, 1974. Cap. 4, p. 111-123.
SOUZA, Augusto
Joaquim de. Pedagogia industrial atualizada. In: ESCOBAR, Carlos
Henrique de
(Org.). Psicanálise e Ciência da História.
Rio de Janeiro: Eldorado, 1974. Cap. 3,
p. 95-110.
- Parte
ou capítulo consultado de obras em meio eletrônico: cd-rom disquete,
online
POLÍTICA. In: Dicionário da Língua Portuguesa.
Lisboa: Priberam Informática, 1998. Disponível em:
<http://www.priberam.pt/dlDLPO> Acesso em: 8 mar. 1999.
Trabalhos acadêmicos: monografia, dissertação, tese no
todo
SOBRENOME,
Prenome do Autor do trabalho acadêmico.
Título do trabalho acadêmico:
subtítulo. Ano. n f. Categoria (Grau e Área de Concentração) – Instituição, Local.
PINTO, João
Pereira. Da reificação à reflexão: diálogo entre a literatura e a filosofia
em São Bernardo de Graciliano Ramos. 1994. 112 f. Dissertação (Mestrado em
Letras) – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte.
Trabalhos acadêmicos: monografia, dissertação, tese em
parte
SOBRENOME,
Prenome do Autor da parte do trabalho acadêmico. Título da parte consultada do
trabalho acadêmico. In: SOBRENOME, Prenome do Autor do trabalho acadêmico. Título
do trabalho acadêmico: subtítulo. Ano. n f. Categoria (Grau e Área de
concentração) – Instituição, Local.
PINTO, João
Pereira. A questão do sujeito em sua obra. In: PINTO, João Pereira. A
literatura como questionamento do sujeito da modernidade: Memória do
Cárcere, de Graciliano Ramos, e a Peste, de Albert Camus. 2003. F. 21-65. Tese (Doutorado em Letras) - Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte.
Artigo de revista, boletim etc
SOBRENOME,
Prenome do Autor do artigo da revista. Título do artigo: subtítulo. Título da Revista, Local, v. ou Ano n,
n. da revista, p. inicial-final, data.
TÍTULO do artigo
da revista sem autoria determinada: subtítulo. Título da Revista, Local, v. ou Ano nº, n. da revista, p. inicial-final,
data.
FARIA Valéria
Sá; SALGADO NETA, Sandra Margarida. Emprego do método científico. Revista Pedagógica, Belo Horizonte, v. 1, n.
19, p. 52-53, jan./fev. 2007.
OS NOVOS rumos
da economia. Tendência, Rio de
Janeiro, Ano 4, n. 67, p. 54-56, 14 fev. 1989.
Artigo e/ou matéria de jornal
SOBRENOME, Prenome
do Autor do artigo do jornal. Título do artigo do jornal: subtítulo. Título do Jornal, Local, data. Título
Suplemento do Jornal ou Nome ou número ou Letra do Caderno, p. inicial-final.
TÍTULO de artigo
de jornal sem autoria determinada. Título
do Jornal, Local, data. Título do Suplemento do Jornal ou Nome ou Letra número
do Caderno, p. inicial-final.
ALVES, Wilson
Sales. O Paço da Cidade retorna ao seu brilho barroco: obra de rara beleza. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 6
mar. 2006. Caderno B, p. 6.
CASTRO, Pedro
de. Pará de Minas, terceirizar é negócio. Estado
de Minas, Belo Horizonte, 21 maio 2007. P. 3.
OS ADOLESCENTES
na família. O Globo, Rio de Janeiro,
14 set. 2001. Jornal da Família, p. 4.
Artigo de revista e jornais em meio
eletrônico
RIBEIRO, Paulo
Soares. Adoção à brasileira. Datavenia, São Paulo, Ano 3. Disponível
em: <http://www.davenia.inf.br/frameartig.html> Acesso em: 10 set. 1998.
SILVA, Ive
Gandra da. Pena de morte para o nascituro. O
Estado de S. Paulo, São Paulo, 19 set. 1998. Disponível em: <http://www.providafamilia.org/pena_morte_nascituro.htm>
Acesso em: 29 set. 1998.
UM ARRANJO
tributário. Diário do Nordeste Online,
Fortaleza, 27 nov. 1998. Disponível em: <http://www.diariodonordeste.com.br>
Acesso em: 28 nov. 1998.
Eventos: congressos, simpósios,
encontros, conferências, jornadas etc considerados no todo
Inclui o
conjunto de documentos reunidos num produto final do próprio evento: atas,
anais, entre outras denominações.
NOME DO EVENTO,
nº, ano, Local de Realização. Título da
Publicação: subtítulo. Local da Publicação: Editora, ano. V. nº, nº p.
REUNIÃO ANUAL DA
SOCIEDADE DE QUÍMICA, 20, 1997, Poços de Caldas.
Química.
São Paulo: Sociedade Brasileira de Química, 1999. 180 p.
Trabalho apresentado em eventos:
congressos, simpósios etc
SOBRENOME,
Prenome do Autor do trabalho. Título do trabalho: subtítulo. In: NOME DO
EVENTO, número, ano, Local de Realização. Título
da publicação: subtítulo. Local de Publicação: Editora, ano. V. nº, p. inicial-final
do trabalho.
VIEIRA JUNIOR,
Cláudio Valente. Um sistema de gerenciamento de base de dados. In: SIMPÓSIO
BRASILEIRO DE BANCO DE DADOS, 4, 1995, Manaus. Anais. Manaus: Imprensa Universitária, 1995. P. 9-18.
Trabalho apresentado em evento em
meio eletrônico
GONÇALVES,
Marcelo Rodrigues. Ensino a distancia e a biblioteca universitária. In:
SEMINÁRIO DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 10, 2004, Aracaju. Anais. Aracaju: Primavera, 2004. 1
CD-ROM.
4. ESTRUTURA E APRESENTAÇÃO DE
TRABALHOS ACADÊMICOS
A
estrutura de um trabalho acadêmico compreende: Elementos Pré-Textuais,
Elementos Textuais e Elementos Pós-Textuais.
4.1
Elementos
pré-textuais:
Capa
(obrigatório)
Folha
de rosto (obrigatório)
Ficha
catalográfica
Errata
(opcional)
Folha
de aprovação (obrigatório)
Dedicatória
(opcional)
Agradecimentos
(opcional)
Epígrafe
(opcional)
Resumo
(obrigatório)
Lista
de ilustrações (opcional)
Lista
de tabelas (opcional)
Lista
de abreviaturas e siglas (opcional)
Lista
de símbolos (opcional)
Sumário
(obrigatório)
Vamos aos
exemplos:
·
Capa:
é um elemento obrigatório e deve ser transcrita na seguinte ordem.
|
|
FACULDADE
SÃO VICENTE DE PÃO DE AÇÚCAR – FASVIPA
CURSO
DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
MARIA JOSÉ DOS SANTOS
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Pão
de Açúcar
2010
|
|
·
MARIA JOSÉ DOS SANTOS
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Pedagogo.
Orientador: Prof. Dr. Claudio
Monteiro
Pão
de Açúcar
2010
|
|
Folha de rosto:
são apresentados todos os elementos essenciais à identificação do trabalho.
·
V658k Vieira,
Manuela
Kitsch ou arte publicitária? A
decodificação das artes visuais na publicidade / Manuela Vieira; Miedja
Okada. _ Belém, 2005.
117 f.
Trabalho de Conclusão de
Curso. Universidade da Amazônia. Curso de Comunicação Social.
1. ARTE. 2. PUBLICIDADE. 3. ARTES
VISUAIS. I. Título. II. Okada, Miedja.
CDD 700
Kitsch ou arte
publicitária? A
Decodificação das artes visuais na
Publicidade / Manuela Vieira; Miedja Okada.
_ Belém, 2005.
117 f.
Trabalho de
Conclusão de Curso.
Universidade da Amazônia. Curso de
Comunicação Social.
1. ARTE. 2.
PUBLICIDADE. 3. ARTES
VISUAIS. I. Título. II. Okada, Miedja.
CDD 700
|
|
Ficha
catalográfica: é opcional nos trabalhos acadêmicos e
obrigatório em monografias, dissertações e teses. Deve constar no verso da
folha de rosto. Deve ser elaborada na Biblioteca da Faculdade, na qual o
trabalho será arquivado.
- Errata:
elemento eventual, o qual faz a indicação e a devida correção, de
possíveis erros cometidos e que não foram percebidos antes do trabalho ser
impresso.
-
Alda Ângela G. Nery
O BPC - Beneficio de Prestação Continuada: como
instrumento de atenção às necessidades básicas do portador de
necessidades especiais
Trabalho de
Conclusão de Curso apresentado ao curso de Serviço Social do Centro de
Ciências Humanas e Educação da Universidade da Amazônia como requisito
para obtenção do título de Assistente Social.
Banca
Examinadora:
________________________
Prof.
___________________
Prof.
Apresentado
em: __ / __ / __
Conceito:
___________
|
|
Folha
de aprovação: contêm os elementos da folha de
rosto; data de aprovação e nome dos membros da banca examinadora.
- Dedicatória:
contêm o oferecimento do trabalho a determinada
pessoa ou pessoas, a critério do autor.
- Agradecimentos:
o autor faz agradecimentos a pessoas e/ou
instituições.
- Epígrafe:
também presente entre os elementos opcionais, a
epígrafe, quando utilizada, deve ser colocada após a folha de
agradecimentos, ou também pode constar nas folhas de abertura das seções
primárias. Trata-se de uma frase, um pensamento, um trecho de prosa ou
mesmo um poema que tenha relação direta com o conteúdo do trabalho.
-
RESUMO
Este trabalho irá estudar produtos de
diferentes naturezas que usaram ou, ainda usam, em suas publicidades e
na construção de suas imagens a presença das Artes. Isto será
apresentado estudando os pontos de maior importância de cada escola de
arte e, conectando-os com conceitos vindos da diária experiência
estética e da Semiótica, demonstrando quão presente eles são em nossas
vidas e, especialmente, em nossas mídias, exemplos de como isto ajuda
a construir uma imagem particular e peculiar da imagem de algum
produto, locando-o em uma posição de distinção em relação a outros
produtos.
Palavras-chave: Publicidade. Arte. Estética. Semiótica.
Reprodutibilidade. Comunicação
|
|
Resumo:
é
a apresentação concisa do texto, destacando os aspectos de maior interesse
e importância.
- Lista
de ilustrações: recomenda-se a elaboração de lista
própria para cada tipo de ilustração (quadros, fotografias, gráficos,
etc.)
- Lista
de tabelas: elaborado de acordo com a ordem
apresentada no texto.
- Lista
de abreviaturas e siglas: consiste na
relação alfabética das abreviaturas e siglas utilizadas no texto.
- Sumário:
inclui
as seções e partes em que se divide o trabalho, facilita a consulta ao
documento.
|
|
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO............................................................................ 15
2 O QUE É E-LEARNING?............................................................... 16
2.1 O EAD VIA E-LEARNING............................................................... 18
2.1.1 As atribuições do aprendiz
no EAD.......................................... 21
2.2 A EDUCAÇÃO CONTINUADA........................................................ 23
3 FUNÇÃO DA EQUIPE DE EAD........................................................ 25
3.1 ATUAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO NO
EAD.......................................
27
3.1.1 Competências e habilidades
do Bibliotecário no EAD............. 29
4 DIREITOS AUTORAIS NA INTERNET............................................ 31
4.1 DIREITOS DO AUTOR E
PENALIDADES......................................... 33
4.2 EAD E DIREITOS AUTORAIS.......................................................... 35
4.2.1 Regulamentação da EAD no
Brasil........................................... 36
4.2.1.1 Legislações que regem a
EAD............................................... 38
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................. 40
REFERÊNCIAS.................................................................................... 43
GLOSSÁRIO....................................................................................... 46
APÊNDICE......................................................................................... 48
ANEXOS............................................................................................ 50
|
|
4.2
Elementos
textuais:
·
Introdução:
parte
inicial do texto, na qual o assunto é apresentado em sua totalidade, de maneira
claro, precisa e sintética, e tem a função de situar o leitor no contexto do
tema pesquisado.
A
redação deve conter quatro ideias básicas – respostas às perguntas:
Que fazer? Ou seja, o
que será tematizado?
Por que fazer? Ou seja,
por que foi escolhido o tema?
Quais são as
contribuições esperadas?
Como fazer? Ou seja,
qual será a trajetória desenvolvida para a construção do trabalho empreendido?
·
Desenvolvimento:
Partes
principais do texto, que contém a exposição ordenada e pormenorizada do
assunto. Divide-se em seções e subseções que variam em função da abordagem do
tema e do método. (Referencial teórico NBR 10520:2002).
·
Conclusão:
Parte
final do texto, na qual se apresentam conclusões correspondentes aos objetivos
ou hipóteses.
4.3
Elementos
pós-textuais
Elementos que complementam o trabalho. São
eles:
Elemento
obrigatório elaborado conforme a NBR 6023.
Elemento
opcional. Relação de palavras ou expressões técnicas de uso restrito ou sentido
obscuro, utilizadas no texto, acompanhadas das seguintes definições.
Elemento
opcional. São textos e/ou documentos elaborado pelo autor, a fim de complementar
a sua argumentação, sem prejuízo da unidade nuclear do texto. São identificados
por letras maiúsculas consecutivas, travessão e pelos respectivos títulos.
Elemento
opcional. São texto e/ou documentos não
elaborado pelo autor, que serve de fundamentação, comprovação e ilustração. São
identificados por letras maiúsculas consecutivas, travessão e pelos respectivos
títulos.
Exemplo:
Elemento
opcional. É uma lista de palavras ou frases, ordenadas segundo determinado
critério, que localiza e remete para as informações contidas no texto. OBSERVAÇÃO: Não se deve confundir
SUMÁRIO com ÍNDICE (elemento pós-textual, elaborado conforme a NBR 6034).
FORMATO:
Papel
→ branco, A4;
Fonte
→
cor preta, tamanho 12 para o texto e tamanho menor e uniforme para as citações
de mais e três linhas, notas de rodapé, paginação, legendas das ilustrações e
tabelas, a tipologia da fonte fica a critério do autor;
Margem
→ esquerda e superior de 3 cm,
direita e inferior de 2 cm;
Espacejamento
→ texto em espaço 1,5. Citação de mais de 3 linhas, as notas, as referências,
as legendas, a ficha catalográfica, natureza do trabalho e objetivos em espaço
simples.
Os
títulos das seções - devem começar na parte superior e ser
separadas do texto que os sucede por dois espaços 1,5 entrelinhas. Da mesma
forma, os títulos das subseções devem ser separados do texto que os precede e
os sucede por dois espaços 1,5.
Indicativos
de seção que precede seu título, alinhado a esquerda e
separado por um espaço;
Título
sem indicativo numérico → errata, agradecimento, listas,
resumo, sumário, referência, glossário, apêndice, índice devem ser
centralizados;
Paginação
→ utiliza-se algarismo arábico e fica no canto superior, direito da folha.
Todas as folhas do trabalho, a partir da folha de rosto, são contadas, mas não
numeradas, só é colocado o número de páginas a partir da primeira folha da
parte textual. Havendo apêndice e anexo, as suas folhas devem ser numeradas de
maneira contínua, deve dar seguimento à do texto principal.
Ilustração
→ deve ser inserida o mais próximo possível do trecho a que se refere, conforme
o projeto gráfico;
5. O PROJETO DE PESQUISA
O
projeto de pesquisa é o planejamento de uma pesquisa, ou seja, a definição dos
caminhos para abordar certa realidade. Deve oferecer respostas do tipo: O que
pesquisar? Por que pesquisar? (Justificativa) Para que pesquisar? (Objetivos)
Como pesquisar? (Metodologia) Quando pesquisar? (Cronograma) Por quem?
A
pesquisa científica precisa ser bem planejada. O planejamento não assegurará,
por si só, o sucesso da monografia, mas, com certeza, é um bom caminho para uma
monografia de qualidade.
Entende-se por planejamento da pesquisa a previsão racional
de um evento, atividade, comportamento ou objeto que se pretende realizar a
partir da perspectiva científica do pesquisador. Como previsão, deve ser
entendida a explicitação do caráter antecipatório de ações e, como tal, atender
a uma racionalidade informada pela perspectiva teórico-metodológica da relação
entre o sujeito e o objeto da pesquisa. A racionalidade deve-se manifestar
através da vinculação estrutural entre o campo teórico e a realidade a ser
pesquisada, além de atender ao critério da coerência interna. Mais ainda, devem
prever rotinas de pesquisa que tornem possível atingirem-se os objetivos
definidos, de tal forma que se consigam os melhores resultados com menor custo
(BARRETO; HONORATO, 1998, p. 59).
Segundo
Minayo (1999), ao elaborar um projeto de pesquisa, o pesquisador estará lidando
com, no mínimo, três dimensões:
- Técnica:
regras científicas para a construção do projeto;
- Ideológica:
relaciona-se às escolhas do pesquisador, sempre tendo em vista o momento
histórico;
- Científica:
ultrapassa o senso comum através do método científico.
5.1 DEFINIÇÃO DO ASSUNTO
5.1.1 Tema
A
escolha de um tema representa uma delimitação de um campo de estudo no interior
de uma grande área de conhecimento, sobre o qual se pretende debruçar. É
necessário construir um objeto de pesquisa, ou seja, selecionar uma fração da
realidade a partir do referencial teórico-metodológico escolhido (BARRETO;
HONORATO, 1998, p. 62).
É
fundamental que o tema esteja vinculado a uma área de conhecimento com a qual a
pessoa já tenha alguma intimidade intelectual, sobre a qual já tenha alguma
leitura específica e que, de alguma forma, esteja vinculada à carreira
profissional que esteja planejando para um futuro próximo (BARRETO; HONORATO,
1998, p. 62).
O
tema de pesquisa é, na verdade, uma área de interesse a ser abordada. É uma
primeira delimitação, ainda ampla.
Exemplos:
-
Violência urbana (OLIVEIRA, 2002, p. 169).
-
Assédio moral
5.1.2 Delimitação do tema
Delimitar
é indicar a abrangência do estudo, estabelecendo os limites extencionais e
conceituais do tema. Enquanto princípio de logicidade é importante salientar
que, quanto maior a extensão conceitual, menor a compreensão conceitual e,
inversamente, quanto menor a extensão conceitual, maior a compreensão
conceitual. Para que fique clara e precisa a extensão conceitual do assunto, é
importante situá-lo em sua respectiva área de conhecimento, possibilitando,
assim, que se visualize a especificidade do objeto no contexto de sua área
temática (LEONEL, 2002).
Quando
alguém diz que deseja estudar a questão da violência
conjugal ou a prostituição masculina,
está se referindo ao assunto de seu interesse. Contudo, é necessário para a
realização de uma pesquisa um recorte mais “concreto”, mais preciso do assunto
(MINAYO, 1999).
Ventura
(2002) oferece um exemplo de como pode proceder-se para delimitar um tema:
Tema:
O tratamento jurídico da instrumentalização controlada do corpo humano.
Possíveis delimitações:
a) As conseqüências jurídicas do tratamento do direito ao corpo como direito
pessoal ou como direito de propriedade; ou
b)
O exercício individual da liberdade sobre o corpo contraposto ao interesse
público; ou
c)
A legislação brasileira sobre as práticas biomédicas relacionadas a órgãos e
genomas humanos.
-
Quando o sigilo bancário deve ser quebrado (OLIVEIRA, 2002).
-
A influência do desarmamento da população para a melhoria dos índices de violência
urbana em Pão de Açúcar - AL.
5.2 PROBLEMATIZAÇÃO
A formulação do problema é a
continuidade da delimitação da pesquisa, sendo ainda mais específica: indica
exatamente qual a dificuldade que se pretende resolver ou responder. É a
apresentação da idéia central do trabalho, tendo-se o cuidado de evitar termos
equívocos e inexpressivos. É um desenvolvimento da definição clara e exata do
assunto a ser desenvolvido.
O pesquisador deve contextualizar de
forma sucinta o tema de sua pesquisa. Contextualizar significa abordar o tema
de forma a identificar a situação ou o contexto no qual o problema a seguir
será inserido. Essa é uma forma de introduzir o leitor no tema em que se
encontra o problema, permitindo uma visualização situacional da questão
(OLIVEIRA, 2002, p. 169).
A
escolha de um problema, para Rudio (apud MINAYO, 1999), merece indagações:
1.
Trata-se de um problema original e
relevante?
2.
Ainda que seja “interessante”, é
adequado para mim?
3.
Tenho hoje possibilidades reais para
executar tal estudo?
4.
Existem recursos financeiros para o
estudo?
5.
Há tempo suficiente para investigar tal
questão?
O problema, geralmente, é feito sob a
forma de pergunta(s). Assim, torna-se fator primordial que haja possibilidade
de responder as perguntas ao longo da pesquisa. Da mesma forma, aconselha-se a
não fazer muitas perguntas, para não incorrer no erro de não serem apresentadas
as devidas respostas.
- O direito sobre o corpo é de
natureza pessoal ou patrimonial? Caso seja patrimonial, trata-se de propriedade
individual ou coletiva? (VENTURA, 2002, p. 74).
- Quais as causas determinantes para
o rompimento do sigilo bancário de agentes públicos? (OLIVEIRA, 2002, p. 218).
5.3 OBJETIVOS
Relaciona-se
com a visão global do tema e com os procedimentos práticos.
Indicam
o que se pretende conhecer, ou medir, ou provar no decorrer da pesquisa, ou
seja, as metas que se deseja alcançar.
Podem ser gerais e específicos. No
primeiro caso, indicam uma ação muito ampla e, no segundo, procuram descrever
ações pormenorizadas ou aspectos detalhados.
Uma ação individual ou coletiva se
materializa através de um verbo. Por isso é importante uma grande precisão na
escolha do verbo, escolhendo aquele que rigorosamente exprime a ação que o
pesquisador pretende executar (BARRETO; HONORATO, 1998).
Outro critério fundamental na
delimitação dos objetivos da pesquisa é a disponibilidade de recursos
financeiros e humanos e de tempo para a execução da pesquisa, de tal modo que
não se corra o risco de torná-la inviável. É preferível diminuir o recorte da
realidade do que se perder em um mundo de informações impossíveis de serem
tratadas (BARRETO; HONORATO, 1998).
Objetivo(s) geral (is): indicação do resultado pretendido. Por exemplo:
identificar, levantar, descobrir, caracterizar, descrever, traçar, analisar,
explicar, etc.
Objetivos específicos: indicação das metas das etapas que levarão à realização dos objetivos
gerais. Por exemplo: classificar, aplicar, distinguir, enumerar, exemplificar,
selecionar, etc.
Exemplo:
Determinar, com base na doutrina e na
jurisprudência atual brasileira, quando o sigilo bancário deve ser quebrado,
isto é, em quais circunstâncias pode vir a ocorrer à quebra do sigilo bancário
dos agentes públicos, de maneira que, preenchidos os requisitos legais, esta
seja efetuada sem o perigo de violar qualquer outra norma da legislação
(OLIVEIRA, 2002, p. 232).
5.4 JUSTIFICATIVA
A justificativa envolve aspectos de
ordem teórica, para o avanço da ciência, de ordem pessoal/profissional, de
ordem institucional (universidade e empresa) e de ordem social (contribuição
para a sociedade).
Deve procurar responder: Qual a
relevância da pesquisa? Que motivos a justificam? Quais contribuições para a
compreensão, intervenção ou solução que a pesquisa apresentará?
Silva e Menezes (2001, p.31) afirmam
que o pesquisador precisa fazer algumas perguntas a si mesmo: o tema é
relevante? Por quê? Quais pontos positivos você percebe na abordagem proposta?
Que vantagens/benefícios você pressupõe que sua pesquisa irá proporcionar?
Ventura (2002, p. 75) afirma o
seguinte: o pesquisador deve destacar a relevância do tema para o direito em
geral, para a(s) disciplina(s) à(s) qual (is) se filia e para a sociedade.
Finalmente, cabe sublinhar a contribuição teórica que adviria da elucidação do
tema e a utilidade que a pesquisa, uma vez concluída, pode vir a ter para o
curso, para a disciplina ou para o próprio aluno.
Barral
(2003, p. 88-89) oferece alguns itens importantes que podem fazer parte de uma
boa justificativa. São eles:
a) Atualidade do tema:
inserção do tema no contexto atual.
b) Ineditismo do
trabalho: proporcionará mais importância ao assunto.
c) Interesse do autor:
vínculo do autor com o tema.
d) Relevância do tema:
importância social, jurídica, política, etc.
e) Pertinência do tema:
contribuição do tema para o debate jurídico.
5.5 HIPÓTESE(s)
Hipótese é uma expectativa de
resultado a ser encontrada ao longo da pesquisa, categorias ainda não
completamente comprovadas empiricamente, ou opiniões vagas oriundas do senso
comum que ainda não passaram pelo crivo do exercício científico (BARRETO;
HONORATO, 1998).
Sob o ponto de vista operacional, a
hipótese deve servir como uma das bases para a definição da metodologia de
pesquisa, visto que, ao longo de toda a pesquisa, o pesquisador deverá
confirmá-la ou rejeitá-la no todo ou em parte (BARRETO; HONORATO, 1998).
Embora diversos autores de
metodologia da pesquisa jurídica recomendem a elaboração de hipóteses de
trabalho, há também os que questionam tal procedimento: “No âmbito do projeto
de monografia jurídica, essa exigência parece bastante questionável, entre
outras razões pelo estágio de conhecimento do tema em que se encontra o aluno e
pela natureza controversa do objeto, que torna improvável a ´confirmação´ de
uma só hipótese.” (VENTURA, 2002, p. 74).
Exemplo:
- Em todas as constatações de
improbidade administrativa o sigilo bancário deve ser quebrado (OLIVEIRA, 2002,
p. 219).
5.6 FUNDAMENTAÇÃO
TEÓRICA
Esta
parte fundamenta a pesquisa, é à base de sustentação teórica. Também pode ser
chamada de revisão bibliográfica, revisão teórica, fundamentação bibliográfica,
estado da arte, revisão de literatura, resenha bibliográfica etc.
Para Silva e
Menezes (2001, p.30), nesta fase o pesquisador deverá responder às seguintes
questões: quem já escreveu e o que já foi publicado sobre o assunto? Que
aspectos já foram abordados? Quais as lacunas existentes na literatura? Pode
ser uma revisão teórica, empírica ou histórica.
A
fundamentação teórica é importantíssima porque favorecerá a definição de
contornos mais precisos da problemática a ser estudada.
De acordo com Barreto e Honorato
(1998), considera-se como básica em um projeto de pesquisa uma reflexão breve
acerca dos fundamentos teóricos do pesquisador e um balanço crítico da
bibliografia diretamente relacionada com a pesquisa, compondo aquilo que
comumente é chamado de quadro teórico ou balanço atual das artes.
5.7 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Os
procedimentos metodológicos respondem: Como? Com quê? Onde?
A metodologia da pesquisa num
planejamento deve ser entendida como o conjunto detalhado e seqüencial de
métodos e técnicas científicas a serem executados ao longo da pesquisa, de tal
modo que se consiga atingir os objetivos inicialmente propostos e, ao mesmo
tempo, atender aos critérios de menor custo, maior rapidez, maior eficácia e
mais confiabilidade de informação (BARRETO; HONORATO, 1998).
Segundo
Ventura (2002, p.76-77), são incontáveis e absolutamente diversas as
classificações da metodologia que se pode encontrar na literatura
especializada.
5.7.1 Tipo de pesquisa
Segundo
Gil (2002), uma pesquisa, tendo em vista seus objetivos, pode ser classificado
da seguinte forma:
a) Pesquisa
exploratória: Esta pesquisa tem como objetivo
proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais
explícito. Pode envolver levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas
experientes no problema pesquisado. Geralmente, assume a forma de pesquisa
bibliográfica e estudo de caso.
b) Pesquisa descritiva:
Tem como objetivo primordial a descrição das características de determinadas
populações ou fenômenos. Uma de suas características está na utilização de
técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a
observação sistemática.
Destacam-se
também na pesquisa descritiva aquelas que visam descrever características de
grupos (idade, sexo, procedência etc.), como também a descrição de um processo
numa organização, o estudo do nível de atendimento de entidades, levantamento
de opiniões, atitudes e crenças de uma população, etc.
Também
são pesquisas descritivas aqueles que visam descobrir a existência de
associações entre variáveis, como, por exemplo, as pesquisas eleitorais que
indicam a relação entre o candidato e a escolaridade dos eleitores.
c) Pesquisa
explicativa: A preocupação central é identificar os
fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos. É o
tipo que mais aprofunda o conhecimento da realidade, porque explica a razão, o
porquê das coisas. Por isso, é o tipo mais complexo e delicado.
- Quanto aos
procedimentos técnicos
Segundo
Gil (2002), uma pesquisa, quanto aos seus procedimentos técnicos, pode ser
classificada da seguinte forma:
a) Pesquisa
bibliográfica: é desenvolvida com base em material já
elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Não é
aconselhável que textos retirados da Internet constituam o arcabouço teórico do
trabalho monográfico.
b) Pesquisa documental:
É muito parecida com a bibliográfica. A diferença está na natureza das fontes,
pois esta forma vale-se de materiais que não receberam ainda um tratamento
analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetos da
pesquisa. Além de analisar os documentos de “primeira mão” (documentos de
arquivos, igrejas, sindicatos, instituições etc.), existem também aqueles que
já foram processados, mas podem receber outras interpretações, como relatórios
de empresas, tabelas etc.
c) Pesquisa
experimental: quando se determina um objeto de
estudo, seleciona-se as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo,
define-se as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável
produz no objeto.
d) Levantamento:
é a interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer.
Procede-se à solicitação de informações a um grupo significativo de pessoas
acerca do problema estudado para, em seguida, mediante análise quantitativa,
obterem-se as conclusões correspondentes aos dados coletados.
Quanto
o levantamento recolhe informações de todos os integrantes do universo
pesquisado, tem-se um censo.
e) Estudo de campo:
procura o aprofundamento de uma realidade específica. É basicamente realizada
por meio da observação direta das atividades do grupo estudado e de entrevistas
com informantes para captar as explicações e interpretações do ocorre naquela
realidade.
Para
Ventura (2002, p. 79), a pesquisa de campo deve merecer grande atenção, pois
devem ser indicados os critérios de escolha da amostragem (das pessoas que
serão escolhidas como exemplares de certa situação), a forma pela qual serão
coletados os dados e os critérios de análise dos dados obtidos.
f) Estudo de caso:
consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que
permita seu amplo e detalhado conhecimento.
Caracterizado
por ser um estudo intensivo. É levada em consideração, principalmente, a
compreensão, como um todo, do assunto investigado. Todos os aspectos do caso
são investigados. Quando o estudo é intensivo podem até aparecer relações que
de outra forma não seriam descobertas (FACHIN, 2001, p. (42).
g) Pesquisa-ação:
um tipo de pesquisa com base empírica que é concebida e realizada em estreita
associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os
pesquisadores e participantes representativos da situação ou do problema estão
envolvidos de modo cooperativo ou participativo (THIOLLENT, 1986, p.14).
5.7.2 Método
O
método, segundo Garcia (1998, p.44), representa um procedimento racional e
ordenado (forma de pensar), constituído por instrumentos básicos, que implica
utilizar a reflexão e a experimentação, para proceder ao longo do caminho (significado etimológico de
método) e alcançar os objetivos preestabelecidos no planejamento da pesquisa
(projeto).
Segundo
Lakatos e Marconi (1995, p. 106), os métodos podem ser subdivididos em métodos
de abordagem e métodos de procedimentos.
·
Método de abordagem
a) Dedutivo:
Parte de teorias e leis mais gerais para a ocorrência de fenômenos
particulares.
b) Indutivo:
O estudo ou abordagem dos fenômenos caminha para planos cada vez mais
abrangentes, indo das constatações mais particulares às leis e teorias mais
gerais.
c) Hipotético-dedutivo:
que se inicia pela percepção de uma lacuna nos conhecimentos acerca da qual
formula hipóteses e, pelo processo dedutivo, testa a ocorrência de fenômenos
abrangidos pela hipótese.
d) Dialético:
que penetra o mundo dos fenômenos através de sua ação recíproca, da contradição
inerente ao fenômeno e da mudança dialética que ocorre na natureza e na
sociedade.
·
Método de procedimento
a) Histórico:
Parte do princípio de que as atuais formas de vida e de agir na vida social, as
instituições e os costumes têm origem no passado, por isso é importante
pesquisar suas raízes para compreender sua natureza e função.
b) Monográfico:
Para Lakatos e Marconi (1996, p. 151) é “[...] um estudo sobre um tema específico ou particular de suficiente valor
representativo e que obedece a rigorosa metodologia. Investiga determinado
assunto não só em profundidade, mas em todos os seus ângulos e aspectos,
dependendo dos fins a que se destina”.
c) Comparativo:
Consiste em investigar coisas ou fatos e explicá-los segundo suas semelhanças e suas diferenças.
Geralmente o método comparativo aborda duas séries de natureza análoga tomadas
de meios sociais ou de outra área do saber, a fim de detectar o que é comum a
ambos.
Este método é de
grande valia e sua aplicação se presta nas diversas áreas das ciências,
principalmente nas ciências sociais. Esta utilização deve-se pela possibilidade
que o estudo oferece de trabalhar com grandes grupamentos humanos em universos
populacionais diferentes e até distanciados pelo espaço geográfico. (FACHIN,
2001, p.37).
d) Etnográfico:
Estudo e descrição de um povo, sua língua, raça, religião, cultura...
e) Estatístico:
Método que implica em números, percentuais, análises estatísticas,
probabilidades. Quase sempre associado à pesquisa quantitativa.
Para
Fachin (2001, p. 46), este método se
fundamenta nos conjuntos de procedimentos apoiados na teoria da amostragem e,
como tal, é indispensável no estudo de certos aspectos da realidade social em
que se pretenda medir o grau de correlação entre dois ou mais fenômenos. Para o
emprego desse método, necessariamente o pesquisador deve ter conhecimentos das
noções básicas de estatística e saber como aplicá-las.
O método estatístico se relaciona com
dois termos principais: população e universo.
5.7.3 Delimitação do Universo a ser
pesquisado
Se
a pesquisa for de campo e/ou envolver o método estatístico, o tipo de
amostragem também precisará ser explicado.
Universo é o conjunto de
fenômenos, todos os fatos apresentando uma característica comum, e população como um conjunto de números
obtidos, medindo-se ou contando-se certos atributos dos fenômenos ou fatos que
compõem um universo.
5.7.4 Técnicas para coleta de dados
A
principal forma de coleta de dados é a leitura (livros, revistas, jornais,
sites, CDs etc.), que certamente é utilizada para todos os tipos de pesquisa.
Esta técnica também é chamada de pesquisa bibliográfica.
Existem,
basicamente, dois tipos de dados:
·
Dados
secundários: são os dados que já se encontram
disponíveis, pois já foram objeto de estudo e análise (livros, teses, CDs,
etc.).
·
Dados
primários: dados que ainda não sofreram estudo e análise.
Para coletá-los, pode-se utilizar: questionário fechado, questionário aberto,
formulário, entrevista estruturada ou fechada, entrevista semi-estruturada,
entrevista aberta ou livre, entrevista de grupo, discussão de grupo, observação
dirigida ou estruturada, observação livre, brainstorming, brainwriting, etc.
5.7.5 Análise e interpretação dos
dados
Segundo
Rauen (1999, p. 141), é a parte que apresenta os resultados obtidos na pesquisa
e analisa-os sob o crivo dos objetivos e/ou das hipóteses. Assim, a
apresentação dos dados é a evidência das conclusões e a interpretação consiste
no contrabalanço dos dados com a teoria.
Para
Triviños (1996, p.161), o processo de análise de conteúdo pode ser feito da
seguinte forma: pré-análise (organização do material), descrição analítica dos
dados (codificação, classificação, categorização), interpretação referencial
(tratamento e reflexão).
O
objetivo da análise é sumariar as observações, de forma que estas permitam
respostas às perguntas da pesquisa. O objetivo da interpretação é a procura do
sentido mais amplo de tais respostas, por sua ligação com outros conhecimentos
já obtidos (SELLTIZ et al apud RAUEN, 1999, p. 122).
A
interpretação também é um processo de analogia com os estudos assemelhados, de
forma que os resultados obtidos são comparados com resultados similares para
destacar pontos em comum e pontos de discordância.
Em
síntese, é a descrição da forma como serão analisados os dados da pesquisa.
Existem duas grandes tendências:
a)
se a pesquisa for qualitativa, as respostas podem ser interpretadas global e
individualmente;
b)
se for quantitativa, provavelmente serão utilizadas tabelas e estatística.
Exemplo:
Como não há dados estatísticos para
desenvolver uma representação gráfica, a análise percorrerá os caminhos dos
autores, profissionais do Direito e outros pesquisados. Os dados coletivos serão analisados
agrupando-os por similaridades e encontrando o que os faz divergentes e comuns
(OLIVEIRA, 2002, p. 231).
5.8 CRONOGRAMA
Tempo
necessário para a realização de cada uma das partes propostas da monografia.
Deve ser efetuado com muito realismo.
Segue uma
sugestão, segundo Santos (2002):
|
Março
|
Abril
|
Maio
|
Junho
|
Redação do
Capítulo 1
|
X
|
X
|
X
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
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|
|
Redação do
Capítulo 2
|
|
|
|
X
|
X
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Redação do
Capítulo 3
|
|
|
|
|
|
X
|
X
|
|
|
|
|
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|
|
Introdução
|
|
|
|
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|
|
|
X
|
|
|
|
|
|
|
|
Conclusão
|
|
|
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|
|
|
|
X
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|
|
|
|
|
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Revisão do
Conteúdo
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|
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|
|
|
|
X
|
X
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Revisão
Metodológica
|
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|
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|
|
|
|
|
X
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Revisão
Ortográfica
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|
|
X
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|
Preparação para defesa
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|
|
X
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|
Defesa
|
|
|
|
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|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
X
|
5.9 PLANO PROVISÓRIO DA MONOGRAFIA
Assim
como um sumário, o pesquisador mostrará o provável plano da monografia,
contendo as seções primárias (capítulos) e secundárias (subitens).
É
necessário coerência com o referencial teórico e metodológico planejado.
5.10 REFERÊNCIAS
Elenco de fontes citadas para a
realização do projeto de pesquisa durante a:
-
Metodologia da pesquisa
-
Instrumental teórico.
PLANO DE ENSINO
- IDENTIFICAÇÃO
Curso: Pedagogia
|
Disciplina: Metodologia Científica
|
Professor: Msc. Japson Gonçalves Santos Silva
|
Carga Horária: 80 h
|
Semestre: 1º Ano:
2011
|
Período: 1º Turno: Noturno
|
- EMENTA
Reflexões
acerca do conhecimento científico, suas formas e apresentações. Trabalhos
científicos e as normas da ABNT. Técnicas de estudos e investigação.
|
- OBJETIVO
1. Objetivo Geral:
Formar
acadêmicos conscientes da importância da reflexão científica e
instrumentalizá-los com métodos e técnicas de produção do trabalho
científico.
2. Objetivos Específicos:
•
Compreender a importância da disciplina na vida acadêmica e profissional;
•
Conhecer técnicas e métodos científicos para a elaboração de trabalhos
acadêmicos;
•
Identificar relevantes aspectos históricos e teóricos concernentes ao saber
científico;
•
Elaborar textos acadêmicos segundo as normas ABNT vigentes;
•
Construir um projeto de pesquisa que visa investigar algum aspecto particular
da prática de professores atuantes nos ensinos Fundamental e Médio das redes
pública e/ou particular de ensino.
|
- CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
UNIDADE 1: CIÊNCIA E
CONHECIMENTO CIENTÍFICO
1.1.
Tipos de Conhecimento
1.2.
Ciência
1.3.
Métodos Científicos
1.4.
Pesquisa
UNIDADE 2: ELABORAÇÃO
DE TRABALHOS ACADÊMICOS.
2.1.
Diretrizes para o estudo no Ensino Superior
2.1.1. O processo de leitura
2.1.2. Os hábitos de leitura
2.1.3. Fichamento
2.2.
Orientações básicas para a elaboração de resumos e resenhas.
2.2.1. Resumo
2.2.2. Resenha
2.3.
Artigos
2.3.1. Estrutura do artigo
2.4.
O TCC – Trabalho de Conclusão de Curso.
UNIDADE
3: FORMAS DE ELABORAR CITAÇÕES E REFERÊNCIAS
3.1. Regras para elaboração de
citações
3.2. Regras de apresentação das
referências
UNIDADE
4: ESTRUTURA E APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS
4.1. Elementos pré-textuais
4.2. Elementos textuais
4.3. Elementos pós-textuais
UNIDADE
5: PROJETO DE PESQUISA
5.1.
Projetos de pesquisa: noções introdutórias
|
5. METODOLOGIA:
A disciplina será conduzida em um sistema de exposição e
discussão interativa do conteúdo programático. As exposições serão auxiliadas
com recursos visuais, especialmente providos por projetores de slides. Exercícios
dirigidos em grupo serão utilizados para desenvolvimento do aprendizado. Os
minutos iniciais de cada aula serão dedicados para o esclarecimento de
dúvidas e dificuldades encontradas pelo estudante. Exercitaremos a leitura e discussão de textos. Trabalhos
individuais e em grupo: esquema, resumo, relatório e atividade de iniciação à
pesquisa, também serão realizados.
|
6.
AVALIAÇÃO:
A
avaliação será efetuada mediante a realização de avaliação parcial e
seminários os quais irão compor as médias parciais A1 e A2. A primeira
avaliação será realizada em outubro/2010, constará um acumulado de trabalhos
acadêmicos sobre os conteúdos da disciplina estudados até o momento. A
segunda avaliação será realizada em dezembro/2010, constará na apresentação
de um projeto de pesquisa sobre algum aspecto particular da prática de
professores atuantes nos ensinos Fundamental e Médio das redes pública e/ou
particular de ensino.
|
7.
BIBLIOGRAFIA (básica e complementar):
Bibliografia básica:
CHIZZOTTI,
A. Pesquisa em Ciências Humanas e
Sociais. São Paulo: Cortez, 1997.
DEMO,
P. Introdução à Metodologia da
Ciência. São Paulo: Atlas, 1995.
LUDKE,
M. A Pesquisa em Educação: abordagens
qualitativas. São Paulo: EPU, 2001.
SEVERINO,
A. J. Metodologia do Trabalho
Científico. São Paulo: Cortez, 2000.
TRIVINOS,
A. N. S. Introdução à Pesquisa em
Ciências Sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas,
1994.
Bibliografia
Complementar:
LAKATOS,
Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia
do trabalho científico. São Paulo: Atlas, 1995.
KOCHE,
José Carlos. Fundamentos de
Metodologia Científica: teoria da ciência e iniciação à pesquisa. Petrópolis:
Vozes, 1997.
|
Os
elementos aqui apresentados são fundamentais para a elaboração de um bom
projeto de pesquisa. Vale lembrar, no entanto, que esta não é uma regra rígida
para ser seguida. Existe muita literatura sobre o assunto e várias das questões
tratadas aqui não são consensuais. Portanto, é importante considerar outras
fontes de consulta, inclusive o orientador.
Evitar
abordagens vagas e imprecisas. Por exemplo: “O novo Código Civil”; “O
Mercosul”.