sexta-feira, 18 de maio de 2012


FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO

A educação é uma prática humana direcionada por uma determinada concepção teórica.
Quem não ouviu falar pelo menos uma vez em Filosofia? Filosofia significa “amigo da sabedoria”, devido ao fato de a palavra “filosofia” estar construída do termo filon, que equivale a amigo, e do termo sofia, que equivale a sabedoria.
A filosofia é esse campo de entendimento que, quando nos apropriamos dele, nos sentimos refletindo sobre a cotidianidade dos seres humanos.
A Filosofia se manifesta ao ser humano como uma forma de entendimento que tanto propicia a compreensão da sua existência, em termos de significado, como lhe oferece um direcionamento para a sua ação, um rumo para seguir ou, ao menos, para lutar por ele.
Nós não “agimos por agir”. Agimos, sim, por uma certa finalidade, que pode ser mais ampla  ou mais restrita.
As finalidades mais amplas são aquelas que se referem ao sentido da existência: buscar o bem da sociedade, lutar pela emancipação dos oprimidos, lutar pela emancipação de um povo etc.
A Filosofia é um corpo de entendimentos que compreende e direciona a existência humana em suas mais variadas dimensões.
A vida concreta de todo ser humano é, assim, Filosofia.
Se nós não escolhermos qual é a nossa filosofia, qual é o sentido que vamos dar à nossa existência, a sociedade na qual vivemos nos dará, nos imporá a sua filosofia.. Quem não pensa é pensado por outros!
Não há como negar a filosofia sem fazer filosofia.
Os maus políticos, efetivamente, agem assim. Preferem a massificação do povo, por isso impedem o desenvolvimento do pensamento filosófico. Mas “filosofam” para sustentar sua ação deletéria contra a Filosofia.
O filosofar, além de ser inútil, não é tão difícil e complicado, como se fosse tarefa só para gente ultra-especializada.
Quando não temos um corpo filosófico que dê sentido e oriente a nossa vida, assumimos o que é comum e hegemônico na sociedade; assumimos o “senso comum”, que é o conjunto de valores assimilados espontaneamente, na vivencia cotidiana.
Para iniciar o exercício do filosofar, a primeira coisa a fazer é admitir que vivemos e vivenciamos valores e que é preciso saber quais são eles. O primeiro passo do filosofar é inventariar os valores que explicam e orientam a nossa vida, e a vida da sociedade, e que dimensionam as finalidades da prática humana.
É preciso, pois, tomar consciência das ações, do lugar onde se está e da direção que toma a vida.
Feito esse inventário, que certamente nunca está completo e é tão abrangente quanto todos os setores da vida, é preciso passar para um segundo momento – o momento da crítica.
Um terceiro momento do filosofar é construção crítica dos valores que sejam significativos para compreender e orientar nossas vidas individuais e dentro da sociedade. Valores que sejam suficientemente válidos para guiar a ação na direção que queremos ir.
São, pois, em síntese, três passos: inventariar os valores vigentes; criticá-los; reconstruí-los. É um processo dialético que vai de uma determinada posição para a sua superação teórico-prática.
 A educação é um típico “que-fazer” humano, ou seja, um tipo de atividade que se caracteriza fundamentalmente por uma preocupação, por uma finalidade a ser atingida. A educação dentro de uma sociedade não se manifesta como um fim em si mesma, mas sim como um instrumento de manutenção ou transformação social. A sociedade dentro da qual ela está deve possuir alguns valores norteadores de sua prática.
As relações entre Educação e Filosofia parecem ser quase “naturais”. Enquanto a educação trabalha com o desenvolvimento dos jovens e das novas gerações de uma sociedade, a filosofia é a reflexão sobre o que e como devem ser ou desenvolver estes jovens e esta sociedade.
Os chamados filósofos pré-socráticos, os sofistas, Sócrates, Platão foram os intérpretes das aspirações de seus respectivos tempos e apresentaram-se sempre como educadores.
A filosofia fornece à educação uma reflexão sobre a sociedade na qual está situada, sobre o educando, o educador e para onde esses elementos podem caminhar.
Nas relações entre Filosofia e educação só existem realmente duas opções: ou se pensa e se reflete sobre o que se faz e assim se realiza uma ação educativa consciente; ou não se reflete criticamente e se executa uma ação pedagógica a partir de uma concepção mais ou menos obscura e opaca existente na cultura vivida do dia-a-dia – e assim se realiza uma ação educativa com baixo nível de consciência.

Bibliografia
LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da Educação. São Paulo: Cortez, 1994.

O Pensamento Pedagógico Grego
Uma sociedade estratificada como a grega, sustentada por colônias, desenvolvida numa situação geográfica que facilitava o comercio entre o Oriente e o Ocidente, serviu de berço da cultura, da civilização e da educação ocidental.
Os gregos tinham uma visão universal. Começaram por perguntar-se o que é o homem. Duas cidades rivalizaram em suas respostas: Esparta e Atenas. Para a primeira o homem devia ser antes de mais nada o resultado de seu culto ao corpo – devia ser forte, desenvolvido em todos os seus  sentidos, eficaz em todas as suas ações. Para os atenienses, a virtude principal de um homem devia ser a luta por sua liberdade. Além disso, precisava ser racional, falar bem, defender seus direitos, argumentar. Em Atenas, o ideal do homem educado era o orador.
Esses ideais, bem entendido, eram reservados apenas aos homens livres. Ser livre significava não ter preocupações materiais ou com o comercio e a guerra – atividades reservadas às classes inferiores.
O ser humano bem-educado tinha de ser capaz de mandar e de fazer-se obedecer.
A educação ensinava uns poucos a governar.
A Grécia atingiu o ideal mais avançado da educação na Antiguidade; a paidéia, uma educação integral, que consistia na integração entre a cultura da sociedade e a criação individual de outra cultura numa influência recíproca.
Os gregos realizaram a síntese entre a educação e a cultura. A educação do homem integral consistia na formação do corpo pela ginástica, na da mente pela filosofia e pelas ciências, e na da moral e dos sentimentos pela música e pelas artes.
O mundo grego foi muito rico em tendências pedagógicas:
1ª) A de Pitágoras pretendia realizar na vida humana a ordem que se via no universo, a harmonia que a matemática demonstrava;
2ª) A de Isócrates centrava o ato educativo não tanto na reflexão, como queria Platão, mas na linguagem e na retórica;
3ª) A de Xenofontes foi a primeira a pensar na educação da mulher, embora restrita aos conhecimentos caseiros e de interesses do esposo. Partia da idéia da dignidade humana, conforme ensinara Sócrates.
Sócrates, Platão e Aristóteles exerceram a maior influência no mundo grego.
Os gregos eram educados através dos textos de Homero, que ensinavam as virtudes guerreiras, o cavalheirismo, o amor à glória, à harmonia, à força, à destreza e à valentia.
Buscava-se o conhecimento da verdade, do belo e do bem. Platão sonhava com uma república amplamente democrática, dentro dos limites da concepção de democracia de sua época, onde a educação tinha um papel fundamental.

Bibliografia
GADOTTI, Moacir. História das idéias pedagógicas. São Paulo: editora ática, 2006. 

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