FILOSOFIA DA
EDUCAÇÃO
A
educação é uma prática humana direcionada por uma determinada concepção
teórica.
Quem
não ouviu falar pelo menos uma vez em Filosofia? Filosofia significa “amigo da
sabedoria”, devido ao fato de a palavra “filosofia” estar construída do termo filon, que equivale a amigo, e do termo sofia, que equivale a sabedoria.
A
filosofia é esse campo de entendimento que, quando nos apropriamos dele, nos
sentimos refletindo sobre a cotidianidade dos seres humanos.
A
Filosofia se manifesta ao ser humano como uma forma de entendimento que tanto
propicia a compreensão da sua existência, em termos de significado, como lhe
oferece um direcionamento para a sua ação, um rumo para seguir ou, ao menos,
para lutar por ele.
Nós
não “agimos por agir”. Agimos, sim, por uma certa finalidade, que pode ser mais
ampla ou mais restrita.
As
finalidades mais amplas são aquelas que se referem ao sentido da existência:
buscar o bem da sociedade, lutar pela emancipação dos oprimidos, lutar pela
emancipação de um povo etc.
A
Filosofia é um corpo de entendimentos que compreende e direciona a existência
humana em suas mais variadas dimensões.
A
vida concreta de todo ser humano é, assim, Filosofia.
Se
nós não escolhermos qual é a nossa filosofia, qual é o sentido que vamos dar à
nossa existência, a sociedade na qual vivemos nos dará, nos imporá a sua
filosofia.. Quem não pensa é pensado por outros!
Não
há como negar a filosofia sem fazer filosofia.
Os
maus políticos, efetivamente, agem assim. Preferem a massificação do povo, por
isso impedem o desenvolvimento do pensamento filosófico. Mas “filosofam” para
sustentar sua ação deletéria contra a Filosofia.
O
filosofar, além de ser inútil, não é tão difícil e complicado, como se fosse
tarefa só para gente ultra-especializada.
Quando
não temos um corpo filosófico que dê sentido e oriente a nossa vida, assumimos
o que é comum e hegemônico na sociedade; assumimos o “senso comum”, que é o
conjunto de valores assimilados espontaneamente, na vivencia cotidiana.
Para
iniciar o exercício do filosofar, a primeira coisa a fazer é admitir que
vivemos e vivenciamos valores e que é preciso saber quais são eles. O primeiro
passo do filosofar é inventariar os valores que explicam e orientam a nossa
vida, e a vida da sociedade, e que dimensionam as finalidades da prática
humana.
É
preciso, pois, tomar consciência das ações, do lugar onde se está e da direção
que toma a vida.
Feito
esse inventário, que certamente nunca está completo e é tão abrangente quanto
todos os setores da vida, é preciso passar para um segundo momento – o momento
da crítica.
Um
terceiro momento do filosofar é construção crítica dos valores que sejam
significativos para compreender e orientar nossas vidas individuais e dentro da
sociedade. Valores que sejam suficientemente válidos para guiar a ação na
direção que queremos ir.
São,
pois, em síntese, três passos: inventariar os valores vigentes; criticá-los;
reconstruí-los. É um processo dialético que vai de uma determinada posição para
a sua superação teórico-prática.
A educação é um típico “que-fazer” humano, ou
seja, um tipo de atividade que se caracteriza fundamentalmente por uma
preocupação, por uma finalidade a ser atingida. A educação dentro de uma
sociedade não se manifesta como um fim em si mesma, mas sim como um instrumento
de manutenção ou transformação social. A sociedade dentro da qual ela está deve
possuir alguns valores norteadores de sua prática.
As
relações entre Educação e Filosofia parecem ser quase “naturais”. Enquanto a
educação trabalha com o desenvolvimento dos jovens e das novas gerações de uma
sociedade, a filosofia é a reflexão sobre o que e como devem ser ou desenvolver
estes jovens e esta sociedade.
Os
chamados filósofos pré-socráticos, os sofistas, Sócrates, Platão foram os
intérpretes das aspirações de seus respectivos tempos e apresentaram-se sempre
como educadores.
A
filosofia fornece à educação uma reflexão sobre a sociedade na qual está
situada, sobre o educando, o educador e para onde esses elementos podem
caminhar.
Nas
relações entre Filosofia e educação só existem realmente duas opções: ou se
pensa e se reflete sobre o que se faz e assim se realiza uma ação educativa
consciente; ou não se reflete criticamente e se executa uma ação pedagógica a
partir de uma concepção mais ou menos obscura e opaca existente na cultura
vivida do dia-a-dia – e assim se realiza uma ação educativa com baixo nível de
consciência.
Bibliografia
LUCKESI,
Cipriano Carlos. Filosofia da Educação. São Paulo: Cortez, 1994.
O
Pensamento Pedagógico Grego
Uma
sociedade estratificada como a grega, sustentada por colônias, desenvolvida
numa situação geográfica que facilitava o comercio entre o Oriente e o Ocidente,
serviu de berço da cultura, da civilização e da educação ocidental.
Os
gregos tinham uma visão universal. Começaram por perguntar-se o que é o homem.
Duas cidades rivalizaram em suas respostas: Esparta e Atenas. Para a primeira o
homem devia ser antes de mais nada o resultado de seu culto ao corpo – devia
ser forte, desenvolvido em todos os seus sentidos, eficaz em todas as suas ações. Para
os atenienses, a virtude principal de um homem devia ser a luta por sua
liberdade. Além disso, precisava ser racional, falar bem, defender seus
direitos, argumentar. Em Atenas, o ideal do homem educado era o orador.
Esses
ideais, bem entendido, eram reservados apenas aos homens livres. Ser livre
significava não ter preocupações materiais ou com o comercio e a guerra –
atividades reservadas às classes inferiores.
O
ser humano bem-educado tinha de ser capaz de mandar e de fazer-se obedecer.
A
educação ensinava uns poucos a governar.
A
Grécia atingiu o ideal mais avançado da educação na Antiguidade; a paidéia, uma educação integral, que
consistia na integração entre a cultura da sociedade e a criação individual de
outra cultura numa influência recíproca.
Os
gregos realizaram a síntese entre a educação e a cultura. A educação do homem
integral consistia na formação do corpo pela ginástica, na da mente pela
filosofia e pelas ciências, e na da moral e dos sentimentos pela música e pelas
artes.
O
mundo grego foi muito rico em tendências pedagógicas:
1ª)
A de Pitágoras pretendia realizar na vida humana a ordem que se via no
universo, a harmonia que a matemática demonstrava;
2ª)
A de Isócrates centrava o ato educativo não tanto na reflexão, como queria
Platão, mas na linguagem e na retórica;
3ª)
A de Xenofontes foi a primeira a pensar na educação da mulher, embora restrita
aos conhecimentos caseiros e de interesses do esposo. Partia da idéia da
dignidade humana, conforme ensinara Sócrates.
Sócrates,
Platão e Aristóteles exerceram a maior influência no mundo grego.
Os
gregos eram educados através dos textos de Homero, que ensinavam as virtudes
guerreiras, o cavalheirismo, o amor à glória, à harmonia, à força, à destreza e
à valentia.
Buscava-se
o conhecimento da verdade, do belo e do bem. Platão sonhava com uma república
amplamente democrática, dentro dos limites da concepção de democracia de sua
época, onde a educação tinha um papel fundamental.
Bibliografia
GADOTTI,
Moacir. História das idéias pedagógicas. São Paulo: editora ática, 2006.
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