segunda-feira, 7 de maio de 2012


ÉTICA E MORAL

A FILOSOFIA DISTINGUE ENTRE ÉTICA E MORAL.

            Ética tem a ver com o “bom”: é o conjunto de valores que aponta qual é a vida boa na concepção de um indivíduo ou de uma comunidade.
Ética, cada qual tem e vive de acordo com a sua, no terreno da ética estão às noções de felicidade, de caráter e de virtude.
MORAL tem a ver com o “justo”: é o conjunto de regras que fixam condições equitativas de convivência com respeito à liberdade.
            A moral tem tudo a ver com a questão do exercício do direito de um até os limites que não violem os direitos do outro. Neste terreno (moral) estão às noções de justiça, ação, intenção, responsabilidade, respeito, limites, dever e punição.
     As duas coisas, claro, são indispensáveis. Sem moral (respeito...), a convivência é impossível. Sem ética (caráter...), é infeliz e lamentável.


A EXISTÊNCIA ÉTICA.


SENSO MORAL E CONSCIÊNCIA MORAL:


             “Muitas vezes, tomamos conhecimento de movimentos nacionais e internacionais de luta contra a fome [...], sentimos responsabilidade movidos pela solidariedade.
            Quantas vezes levados por alguma emoção [...], fazemos alguma coisa de que, depois, sentimos vergonha, culpa [...]. Com freqüência ficamos indignados ao saber que um inocente foi injustamente acusado e condenado, enquanto o verdadeiro culpado permanece impune [...], todos esses sentimentos manifesta nosso senso moral “(CHAUI, 2000, p.160).
            Por exemplo, uma pessoa querida, com uma doença terminal, está viva apenas porque seu corpo está ligado a máquinas que a conservam. Suas dores são intoleráveis [...] Não seria preferível deixá-la morrer? Podemos desligar os aparelhos? Qual a ação correta?”(CHAUI, 2000, p.161).
            Situações como essa surgem sempre em nossas vidas. Nossas dúvidas quanto à decisão a tomar não só manifesta nosso senso moral, mas também põe à prova nossa consciência moral, [...] porque somos responsáveis por nossas opções ou escolhas “(CHAUI, 2000, p.161).

JUÍZO DE FATO E DE VALOR

            “[...] juízos de fato são aqueles que dizem o que as coisas são como são e porque são. Em nossa vida cotidiana [...] os juízos de fato estão presentes.
Juízos de valor avaliam as coisas, pessoas [...], intenções e decisões como bons ou maus, desejáveis ou indesejáveis.
            Os juízos éticos de valor nos dizem o que são o bem, o mal, a felicidade [...], nos dizem que sentimentos, comportamentos, devemos ter ou fazer para alcançarmos o bem e a felicidade.
            “Freqüentemente, não notamos a origem cultural dos valores éticos, [...], do senso [...] e da consciência moral. A naturalização [...] esconde [...] o mais importante da ética: o fato de ser criação histórica e culturalmente” [...] (CHAUI, 2000, p.162).

ÉTICA E VIOLÊNCIA

             “[...] as várias culturas e sociedades [não] definem a violência da mesma maneira”. No entanto, certos aspectos da violência são percebidos da mesma maneira, nas várias culturas e sociedades “(CHAUI, 2000, p.162).

OS CONSTITUINTES DO CAMPO ÉTICO

             “Para que haja conduta ética é preciso que exista o agente consciente, isto é, aquele que conhece a diferença entre o bem e o mal, certo e errado, permitido e proibido [...]. Consciência e responsabilidade são condições indispensáveis da vida ética.
            A consciência moral [...] tem a capacidade para avaliar e pesar as motivações pessoais [empregar meios imorais para alcançar fins morais é impossível]; a obrigação de respeitar o estabelecido ou de transgredi-lo [se estabelecido for imoral ou injusto].
             “A vontade é [o] poder decisório do agente moral. Para que exerça tal poder sobre o sujeito moral [ela] deve ser livre, [não] pode estar submetida aos instintos e as paixões [...].
    “[...] as virtudes [...] são realizadas pelo sujeito moral, principal constituinte da existência ética”.
            O sujeito ético ou moral, isto é, a pessoa só pode existir se preencher as seguintes condições:
Ser consciente de si e dos outros, [os] outros como sujeitos éticos iguais a ele;
Ser dotado de vontade, [...] capacidade para controlar e orientar desejos, sentimentos [...];
Ser responsável, isto é, reconhecer-se como autor da ação [e] assumi-la, bem como as suas conseqüências [...];
Ser livre [...], não estar submetido a poderes externos, que o forcem [...] a sentir [...], a fazer alguma coisa” (CHAUI, 2000, p.163-4).
             “O campo ético é, portanto, constituído por dois pólos [...]: o [...] sujeito moral e os valores morais ou virtudes éticas.
             “Ao sujeito moral, a ética faz uma exigência essencial, qual seja, a diferença entre passividade e atividade. Passivo é aquele que se deixa governar [...] pelas circunstâncias, pela opinião alheia, pelo medo dos outros, pela vontade de outro, não exercendo sua própria consciência.
             “Ao contrário, é ativo [...] aquele que controla [...] seus impulsos, [...] suas paixões, [...] tem consideração pelos outros sem subordinar-se [...] cegamente a eles, responde pelo que faz [...]. Numa palavra, é autônomo. É ainda constituído por outro elemento: os meios para que o sujeito realize os fins” (CHAUI, 2000, p.164).

A FILOSOFIA MORAL

ÉTICA OU FILOSOFIA MORAL

             “Toda cultura e cada sociedade instituem uma moral, isto é, [...] valores concernentes ao bem e ao mal [...].
            No entanto, a simples existência da moral não significa presença explícita de uma ética.
INÍCIO DA ÉTICA OU FILOSOFIA MORAL

             “A ética ou filosofia moral inicia-se com Sócrates”.

AS PERGUNTAS SOCRÁTICAS

O que revelavam? “Que os atenienses respondiam sem pensar no que diziam”...].
As perguntas irritavam os atenienses por dois motivos principais:
1. ”Eles percebiam que confundiam valores morais com fatos constatáveis em suas vidas cotidianas “.
2. ”Inversamente, tomavam os fatos da vida cotidiana como se fossem valores morais evidentes. Confundiam fatos e valores”.
   “As questões socráticas inauguram a ética ou filosofia moral” (CHAUI, 2000, p.165-6). Nossos sentimentos, condutas, ações e o nosso comportamento.

São modelados; pelas condições que vivemos (família, religião, trabalho...);
Parecem existir por si e em si mesmo [...], naturais [...];
Sócrates indagava o que eram de onde vinha, o que valiam tais costumes “(CHAUI, 2000, p.166).

O PONTO DE PARTIDA DA FILOSOFIA MORAL

“A consciência do agente moral”, é sujeito ético moral somente aquele que: sabe o que faz;
Conhece as causas e os fins de sua ação “(CHAUI, 2000, p. 165-7).

CRISTIANISMO INTERIORIDADE E DEVER

“E, o cristianismo, uma religião da interioridade, à vontade e a lei divina estão escritas, não nas pedras, mas no coração dos seres humanos”.

RELAÇÃO DEUS E HOMEM

No cristianismo: direta com os indivíduos;
Nas demais religiões: relação com a sociedade.
 “O cristianismo introduz 2 diferenças primordiais na antiga concepção ética:
1. A idéia de que a virtude se define por nossa relação espiritual com Deus;
2. Livre-arbítrio somos dotados de vontade livre.

UM PROBLEMA

             “Se o sujeito moral é aquele que encontra em sua consciência [...], as normas de conduta virtuosa [...] jamais se submetendo a poderes externos (o auxílio divino)? Este não seria o poder externo de uma vontade [Deus], que nos domina e impõe suas leis [...]?.
            “Um dos filósofos que procuram resolver [esse problema] foi Rousseau [...], para ele:
              “A consciência moral e o dever são ou parece ser uma imposição [...] externa, imposta por Deus aos humanos.
            Só em aparência [...] imposição [pois] nascemos puros e bons. Se o dever parece imposição [...] é porque nossa bondade natural foi pervertida pela sociedade [que, nos tornou] egoístas [...].
            “A consciência moral e o dever são de natureza humana (inato)” (CHAUI, 2000, p.169-170).
NATUREZA HUMANA E DEVER

             “O cristianismo introduz a idéia de dever para resolver um problema ético, qual seja, oferecer um caminho seguro para nossa vontade que, sendo livre, mas fraca, sente-se dividida entre o bem e o mal”.
OS TIPOS FUNDAMENTAIS DE CONDUTA

            “Mesmo quando [...] a filosofia moral distancia-se [...] da fundamentação religiosa da ética, a idéia do dever permanecerá [...], com isso a filosofia moral passou a distinguir três tipos fundamentais de conduta:
1. A CONDUTA MORAL OU ÉTICA;
2. IMORAL OU ANTIÉTICA;
3. CONDUTA INDIFERENTE A MORAL.

KANT X ROUSSEAU

             “Outra resposta [...] foi “trazida” [diante de tudo o que vimos expostos por Rousseau]. Tal resposta “foi trazida por Kant [...] opondo-se à “moral do coração” de Rousseau “(CHAUI, 2000, p.169-170).

NIETZSCHE

             “Há ainda outra concepção ética, francamente contrária à racionalista [e, por isso, chamada irracionalista], que contesta a razão [...] e o direito de intervir sobre o desejo e as paixões [...] essa concepção encontra-se Nietzsche... [que] teve a vida marcada pela saúde precária. Seus escritos muitas vezes contraditórios”.
            Obra nietzschiana: “transgredir normas estabelecidas é a verdadeira expressão da liberdade e somente os fortes são capazes dessa ousadia. Para disciplinar [os] forte, a moral racionalista [filosofia/cristianismo], inventada pelos fracos, transformou transgressão em falta, culpa e castigo” (CHAUI, 2000, p.170-178).

CONCLUSÃO

 Música: Busca Vida
Paralamas do sucesso
VERSO: Se for mais veloz que a luz
Deixo toda dor pra trás.

REFERÊNCIAS:

CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2000.

LARISSA, Pâmela. Busca Vida - Paralamas do Sucesso. YOU TUBE, Brasil, 31, jul, 2009. Disponível em: HTTP://www.yuotube.com. Acesso em: 23,abr, 2011.        

Nenhum comentário:

Postar um comentário